terça-feira, 30 de outubro de 2012

São Paulo do passado - Militão Augusto de Azevedo


São  Paulo do passado



Militão Augusto de Azevedo
Casa da Imagem
Rua Roberto Simonsen, 136 -B


Se durante todo o século XX São Paulo  serviu de inspiração para  várias gerações de fotógrafos talentosos, a exemplo de Thomaz Farkas, German Lorca, Cristiano Mascaro, Juan Esteves e Tuca Vieira, o principal responsável  foi Militão Augusto de Azevedo ( 1837-19050. Esse grande pioneiro tem a retrospectiva A Cidade Desaparecida exibida na Casa da Imagem, espaço vizinho ao Pátio do  Colégio e reinaugurado há um ano depois de passar por uma restauração - em paralelo, a Cosac Naify acaba de lançar um livro . Organizado  por Henrique Siqueira  e Monica Caldiron, a montagem amealha oitenta imagens clicadas de 1862 ( ou seja, 150 anos atrás, daí a efeméride) a 1887. Trata-se de um adorável passeio pela histórica, em direção a um lugar então ocupado por somente 30 000 habitantes, quase todos  morando em casas feitas de taipa de pilão distribuídas por cerca de cinquenta vias.

Nascido no Rio de Janeiro, Militão veio à  capital paulista como ator e cantor lírico da Companhia Dramática Nacional. Para sustentar a mulher e o filho pequeno, abriu um estúdio  fotográfico, no qual se dedicou  sobretudo aos retratos. Estima-se que tenha registrado mais de 12 000 deles, embora não haja nenhum na mostra. Esta se concentra nas paisagens. Cenário do centro antigo surgem vazios, em silêncio impressionante, principalmente se pensarmos no contrate gritante com a megalópe de nossos dias.

Entre eles, aparecem as ruas do Carmo e Direita, além dos largos São Francisco e da Sé. Aos poucos, o progresso começa a tomar conta da província. Ganham força os estabelecimentos comerciais, e as pessoas começam a passar mais tempo no espaço público, trajando chapéus e ternos elegantes.



Casa da Imagem ; Rua Roberto Simonsen 136 B