quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sala São Paulo

Praça Júlio Prestes - São Paulo - SP


A inauguração tem apenas quinze anos, mas a quantidade de histórias e excelentes atrações que ela recebeu nesse interim equiparam- na a qualquer das melhores casa do mundo. A Sala São Paulo abriu as portas em 9 de julho de 1999, com apresentação da sinfonia A ressurreição, de Mahler, pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo sob direção do maestro John Neschlling. Obviamente, a escolha tinha um sentido : demonstrar que, com a inauguração de sua sede, a OSEP renascia definitivamente - e se transformaria em um marco para a música de concerto brasileira.

Mas a ressurreição de que trata a obra de Mahler pode igualemente se referir ao prédio que passou a abrigar a Sala São Paulo, originalmente edifício da companhia Estrada de Ferro Sorocabana. Depois  de ser peça central da economia cafeeira, que ajudou a transformar São Paulo numa das mais ricas e dinâmicas cidades do mundo, na década de 1990 o imponente prédio vivia entre o abandono e a locação para festas e eventos.

Projetado por Chistiano Stockler das Neves em 1925, o edifício é marcado pela sobriedade de ornamentos e detalhes em estilo Luís XVI. Sua conclusão aconteceu somente em 1938, quando também passou a funcionar no local a Estação Júlio Prestes.

Nesse momento, a urbanização de São Paulo já se caracterizava pela presença de automóveis, minimizando a utilização de bondes e trens. Essa tendência só se reforçaria e, no final dos anos 1950, a empresa já se encontrava em decadência.

Em 1997, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo decidiu transformar o espaço no Complexo Cultural Júlio Prestes, para abrigar a sede da OSEP ( Sala São Paulo )  teria ainda a função de contribuir para revitalização da região central da cidade.

O arquiteto Nelson Dupré ficou encarregado da restauração e readequação do espaço, com o grande desafio de transformar uma estação ferroviária em uma sala de concertos, solucionando as questões acústicas e ao mesmo tempo preservando a arquitetura original.

Como todos os que já estiveram ao menos uma vez no local podem atestar, essas questões foram resolvidas com eficácia e harmonia, e a Sala São Paulo, além de um privilegiado teatro para concertos sinfônicos, virou referência internacional como trabalho de restauração/readequação arquitetônica.









terça-feira, 23 de setembro de 2014

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Antigo Hospital Matarazzo
até 12/10/2014


Após ser interditado pela Vigilância Sanitária e ficar fechado por vinte anos, o antigo Hospital Matarazzo, na Bela Vista, abriga uma das mostras mais bacanas da cidade. A montagem custou 15 milhões de reais e foi organizada pelo grupo Allard, que comprou o complexo e planeja transformá-lo em um hotel de luxo. Tem seu quê de marketing, é verdade, sobretudo por divulgar indiretamente o novo empreendimento. Mas o resultado do conjunto revela-se muito bom. Foram selecionados 100 artistas para produzir peças exclusivas que dialogassem com a história do edifício.
A onstrução de estilo florentino do início do século passado 27 000 metros quadrados e é tombado pelo patrimônio histórico . Seu aspecto abandonado deixa a visita ainda mais  fascinante.
Na instalação  Proposta de Cinthia Marcelle, por exemplo, caminha-se sobre a  poeira que se "teria acumulado por duas décadas".
Rodrigo Bueno retratou, em A Triangulação da Dualidade, uma cena bíblica com esculturas encontradas no jardim do lugar.
Em cada canto do hospital há obras de arte. Quase todas elas devem ser destruídas quando a exibição terminar. Algumas como Valquieia  Matarazzo, criada pela badalada artista portuguesa Joana Vasconcelos para ocupar toda a capela, serão incorporadas ao projeto.