sábado, 30 de abril de 2016

Yolanda Penteado : A Dama das Artes de São Paulo

Fotos, documentos e depoimentos remontam a vida de Yolanda Penteado ( 1903 - 1983 ), grande patrona  das artes da cidade de São Paulo, durante o século XX. Junto com seu marido, Ciccillo Matarazzo, e  Assis Chateubriand, ela impulsionou o cenário artístico paulistano, criou e organizou instituições como o MAM - Museu de Arte Moderna e a Bienal.

A minisérie produzida pela  Rede Globo Um só Coração, que prestou uma homenagem à cidade de São Paulo quando do aniversário de 150 anos (jan/2001), levantou um assunto que já havia sido dúvida em tempos anteriores, o eventual envolvimento de Santos Dumont e Yolanda Penteado.

Solar Marquesa de Santis - São Paulo

 
 







 
Yolanda Penteado
 
 

                         Cartão Postal enviado por Santos Dumont de Paris, á Yolanda Penteado


 
                              Yolanda Penteado na inauguração do MAM - Museu de Arte Moderna


Os rios soterrados na cidade de São Paulo

O acelerado processo de urbanização da capital no começo do século passado levou muitos rios daqui a ser soterrados pela abertura de ruas e avenidas.
Para mapear a localização dessas antigas nascentes, surgiram nos últimos tempos algumas inicitativas, como Existe Água em São Paulo.
Rios (In) visíveis e Rios & Ruas.
Essa última chegou a identificar 300 casos do tipo intervenções para indicar os pontos exatos por onde eles passavam originalmente.
Abaixo fotos de alguns cursos que perderam espaço para importantes vias da metrópole.

 
Bica em escadaria na Rua Paulo Vieira, início do Água Preta
 
 
Ao fundo Praça Tupã - Pompéia
 
 
Água Preta passa ao lado da Praça Ilza Weltman
 
 
 
Água Preta entra no Sesc Pompéia
 
 
Água preta sobre o Sesc Pompéia
 



 
Córrego Espraiada

Av. Roberto Marinho ( ao centro córrego Espraiada )

Córrego Ribeirão Verde -


Av. Edgar Faccó -  ( sobre o córrego Ribeirão Verde )

Córrego do Iguatemi

Avenida Faria Lima ( sobre o córrego Iguatemi )

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Olivia Guedes Penteado - Uma Dama do Modernismo





Olívia Guedes Penteado

 



A histporia oficial sempre relegou a participação da mulher na vida política e social do Brasil,
enquanto que a historiografia atual procura resgatar sua presença nos acontecimentos histórico-sociais. Uma das presenças femininas mais marcantes em nossa histporia literária e artística é a de Olívia Guedes Pentado. Nascida em Campinas em 1872, sua infância transcorreu simples e calma na fazenda da  Barra, próximo a Mogi-Mirim.
Transferindo-se para a capital, seus pais José Guedes de Souza e Carolina de Almeida Lima, esmeraram-se no gosto francês, principalmente a literatura e a música. Aos dezesseis anos, Olívia casou-se com seu prino Inácio Leite Penteado, diplomado em comércio, e foi morar em Santos. Nessa cidade, infelizmente, houve uma epidemia de febre amarela, ceifando vidas preciosas. Alarmados, Inácio e Olícia mudaram  para LSão Paulo, onde fixaram residência na rua Conselheiro Nébias, um palacete projetado por Ramos de Azevedo, em estilo resorgimento italiano.


Mansão da rua Conselheiro Nébias.

 
 
São paulo, nas primeiras décadas do século, experimenta um novo processo de urbanização desenfreada e excludente. Foi nesta fase que a capital paulista se tornou ponto de confluência de milhares de imigrantes vindos da Europa Ocidental e Japão, aumentando sua capacidade produtiva. A verdade é que, nessa época, a cidade, administrada por Antônio Prado, alcança status de metrópole, cumprindo assim o destino de polo econômigo e político do país, que lhe fora oirtorgado desde o "boom" cafeeiro.
A esse tempo, a família Penteado levava intensa vida social, recebendo semanalmente membros de ilustres famílias paulistanas e frequentando temporadas líricas e estações de água. Pouco tempo depois, a família foi morar em Paris. Em seu apartamento, recebia amigos brasileiros e franceses para o tradicional chá. Entretanto Inácio ficou doente, obrigando o casal a voltar para São Paulo. Pouco depois o marido faleceria. Viúva aos 43 anos, mais tarde se casaria com o dr. Godofredo da Silva Teles. Não Podendo regressar à França por causa da Primeira Guerra Mundial, Olívia resolve permanecer em São Paulo. 
Terminada a Guerra, em 1918, e o declínio da epidemia de gripe espanhola, ela anciosa para ver como se encontrava sua residência parisiense, retornou ao Velho Mundo, ali permanecendo pelo espaço de dois anos.
Em 1922 se desfez de seu apartamento e regressou definitivamente ao Brasil, ocupando a mansão da rua Conselheiro Nébias. Deve-se ressaltar que o casal morou nesse palacete até a morte de Olívia. Pouco depois o prédio foi demolido para dar lugar à construção do Hotel Comodoro.
Estimulada por Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, ela começou a se envolver nas ondas agitadas do nosso maremoto modernista.
Entusiasmada pela grande revolução estética, não só aderiu às novas idéias, como também se encantou pelo seu pensamento estático. Comentava sempre que seus amigos modernistas desejavam um linguagem e uma comunicação, tanto literária quanto visual que pudessem atender aos novos tempos, sem o ranço dopassado.
 
Dois anos após a rumorosa Semana da Arte Moderna, ela inaugurava os seus salões para o grupo modernista de São Paulo. Procurou reviver nessa época todo o esplendor do salão europeu onde os homens pudessem fechar negócios, arquitetar lances políticos e as senhoras, exibir seus dotes literários e musicais. Uma espécie de regra era que, em determinado dia da semana, os comensais chegariam uma hora mais cedo para, na bibioteca, ler trechos de obras previamente selecionadas de autores nacionais e estrangeiros.
 
Muita interessada na política, Olívia trabalhou intensamente pela eleição da primeira deputada federal, Carlota Pereira de Queiróz, que se notabilizaria em defender a criança e a mulher.Por ocasião da revolução de 1924 ela chegou a abrigar em sua residência o poeta vanguardista suíco-francês Blaide Cendras das bombas que caíam na região. Duas viagens do clâ modernista de São Paulo foram históricas.
Vítima de crise de apendicite, lutou bravamente contra a infecção que sobreveio à operação. Internada no Instituto Paulista, sem os recursos necessários, veio a falecer a 9 de junho de 1934.
Acha-se sepultada no Cemitério da Consolação, em túmulo encimado por admirável escultura de Brecheret - A Descida da Cruz.
 




Cemitério da Consolação - São Paulo

Sepultura no Cemitério da Consolação, escultura de Brecheret  - A descida da Cruz







Publicado na revista do Historiador - edição 181

Foto da sepultura : Manoel de Brito

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Painéis gigantes em laterais de prédios - Novos traços na paisagem


Quem passa pelo centro da cidade no  endereço citado pelo cantor Criolo, na música Freguês da Meia Noite ("Em pleno Largo do Arouche/ Em Frente ao Mercado das Flores/ Há um restaurante Francês") pode observar uma imagem estilizada do artista em uma fêniz gigante, no prédio de número 370, O grafite de 40 metros de altura e 17 de largura, que ficou pronto no fim de outubro/2015 após doze dias de trabalho, é assinado pelo paulistano Speto e pelo italiano Never 2502.Tornou-se um entre os onze painéis de mesmo porte que chegaram à paisagem da metrópole, somando-se aos oito já existente, e a outro em homenagem ao piloto Arton Senna, feita por Eduardo Kobra, na Rua da Consolação.
A tendência se espalha para além dos nossos limites

Speto : arte contra a "rotina maçante".


Em Guarulhos, na Grande São Paulo, um painel de 35 metros de azulejos de Athos Bulcão.

 
O propósito desses autores é transformar as laterais sem janelas de prédios ( as chamadas empenas cegas, em geral desgastadas) em suporte para a arte de rua. Em outubro, o festival O.Obra, o maior evento do pais dedicado à modalidade, inaugurou nove desses trabalhos. Cada um dos dezoito participantes do projeto precisou de cerca de 300 litros de tinta, uma plataforma elevatória e quase duas semanas para completar a missão.
Com trabalhos de porte em locais, como Berlim, na Alemanha, Paulo Cesar Silva, o Speto nunca havia feito algo do tipo em São Paulo.

"Queremos ajudar as pessoas a suportar  a rotina maçante da cidade", filosofa.
Conseguir autorização junto à prefeitura é fichinha perto das outras etapas para a realização dos murais. Primeiro, é necessário obter o aval do moradores do edifício. Isso por vezes significa participar de reuniões de condomínio e ter intermináveis conversas com síndicos e moradores relutantes.
Marina Bortoluzzi, criadora do O.OBRA, bateu á porta de quarenta endereços para chegar às nove empenas finais.
Demoramos seis meses nesse processo! conta.



Trabalho do argentino Tec no Minhocão.



Dupla de paredões no centro : cada obra demora cerca de duas semanas para ficar pronta



Para Binho Ribeiro, que pintou uma carpa colorida em um prédio próximo ao Viaduro Santa Ifigênia, a disseminação dos paredões é um reflexo tardio da Lei Cidade Limpa, de 2007. Graças a ela, os muralista não concorrem mais com peças de publicações que costumavampreencher os espaços.
"Esses telões estão dando novo status ao grafite", afirma. De quebra, também ajudam a olorir um pouco o conza da metrópole.

Pintura na Avenida Prestes Maia : estilos diversos



Prédio da Rua da Consolação com a Av. Paulista grafite gigante de Airton Senna.

Mural gigante celebra Oscar Niemeyer na Av.  Paulista



 

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Santa Casa de São Paulo - Acervo Saúde

O Museu da  Irmandade da Santa Casa ganha novas instalações para exibir peças do hospital.


Responsável por emoldurar toda a história de um dos maiores centros de saúde da cidade, o Museu da Irmandade da Santa Casa acaba de inaugurar suas novas instalações no complexo hospitalar na Vila Buarque, região central. A realocação garantiu o acréscimo de cinco salas em relação ao espaço anterior, ocupado desde a abertura do local em 2001. Com isso, peças que antes permaneciam guardadas puderam vir a público.
Disposta em doze cômodos, a coleção de mais de 7 000 artefatos exibe raridade da medicina. Entre elas estão uma mesa cirúrgica utilizada da década de 20 e uma foto da farmácia do Hospital Central clicada na mesma época. Os exemplares mais antigos do acervo datam do século XVIII e também podem ser vistos no local, como uma cristaleira, um conjunto de móveis e documento que assinala uma doação em dinheiro. Pata melhorar a experiência, a administração pretende lançar um aplicativo, em data a ser definida que trará informações sobre cada item. A ferramenta contará com um tour virtual para quem não puder comparecer no museu.







Janelas e Portas para A Arte

Desde que comecei a fotografar São Paulo, por volta de 2000,  reuni repoduções de elementos que, muitas vezes, passam despercebidos na paisagem urbana da capital.

Eu circulo por São Paulo, escolho os exemplares mais interessantes e fotografo.

Algumas fotos, são icônicos, já apresentadas em exposições realizadas,  como "Luzes de São Paulo",
Outras fotos, chego a entrar em locais não permitidos ( bancos, hospitais), quando vejo uma porta ou janela bonitas.

Uma das fotos registradas, infelizmente foi tomada pelo fogo que atingiu o Museo da Lingua Portuguesa.





Catedral da Sé
 


Museo da Arte Sacra

Mercado Municipal

Rua do Carmo

Museo da Lingua Portuguesa , destruída peo incêndio