segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Igreja do centro velho de São Paulo - Menino Jesus e Santa Luzia


Igreja Menino Jesus e Santa Luzia



Endereço:      
Rua Tabatinguera, 104  
São Paulo - SP










A Capela do Menino Jesus e de Santa Luzia, situada na Rua Tabatinguera, 104, no Bairro da Sé, no Centro da Cidade de São Paulo, com seu estilo neo-gótico (estilo típico das construções brasileiras erguidas no início do século XIX, onde se observa uma junção do estilo gótico medieval com estilos clássicos, junção esta encontrada nas antigas catedrais francesas), como a Catedral da Sé (início da construção em 1913), foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (CONDEPHAAT).

Essa Capela, que possui um enorme valor em virtude de sua pintura mural estar totalmente preservada, foi construída pelo Arquiteto Domingos Delpiano (nascido na Itália, foi um dos sete primeiros padres salesianos que chegaram ao Brasil em 1883. É dele o projeto e a construção de várias obras, dentre as quais se destaca o Monumento a Maria Auxiliadora, para propagar sua devoção à Santa, construído em Niterói, no alto de uma colina, a cem metros do nível do mar, sobre uma rocha que lhe serve de alicerce). As obras ornamentais são de autoria do pintor florentino Orestes Sercelli.

A Capela de Santa Luzia hoje é de propriedade da Mitra Diocesana e está localizada onde outrora existiu uma Chácara, de propriedade da bisneta do Conde de Sarzedas (Capitão General Bernardo José de Lorena, Governador da Capitania de São Paulo), Anna Maria de Almeida Lorena Machado, uma “virtuosa dama da sociedade paulista”,  como a definiu um jornal da época, que  envidou grandes esforços para construir, em sua chácara, uma capela para homenagear o Menino Jesus e Santa Luzia, santos de sua devoção. A Capela sempre foi mantida em perfeito estado de conservação por Anna Maria, que patrocinava festas celebradas sempre nos dias 13 e 25 de dezembro, religiosamente.

Conforme narrado pela família da fundadora, sua devoção ao Menino Jesus e à Santa Luzia nasceram devido ao fato de, ao retornar de uma viagem de navio que fez a Paris, após ter havido um naufrágio, onde muitas pessoas perderam a vida, Dona Anna Maria foi salva e perdeu todos os seus pertences, entre eles uma lindíssima imagem, estimada por toda sua família,  do Menino Jesus de Praga.







quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Igrejas do centro velho de São Paulo - Igreja Nossa Senhora da Boa Morte

Igreja Nossa Senhora da Boa Morte

Rua do Carmo 202, São Paulo, SP, 01019-020













Nossa Senhora da Boa Morte


        
Nossa Senhora da Boa Morte é um dos títulos atribuídos a Nossa Senhora pelo sincretismo religioso. A tradição católica não afirma que Nossa Senhora morreu. De acordo com as crenças da Igreja Católica Romana,  da Igreja Ortodoxa,  das Igrejas Ortodoxas Orientais  e partes do
Anglicanismo, a mãe de Jesus foi assunta ao céu ao final de sua vida terrestre. Tanto é que no dia 15 de agosto, quanto é celebrada Nossa Senhora da Boa Morte pelo sincretismo religioso, na Igreja Católica se celebra a festa de Nossa Senhora da Assunção.

História

A veneração a Nossa Senhora da Boa Morte é uma tradição do sincretismo religioso, isto é, incorpora elementos do catolicismo e das religiões afro-brasileiras. No ano de  1661,  no sítio do Cabo, na freguesia da Ponta do Pargo Portugal,  já existia uma capela de Nossa Senhora da Boa Morte, fundada por Francisco Homem de Couto. O culto chegou ao Brasil  por meio dos portugueses.
A imagem de Nossa Senhora da Boa Morte pode ser venerada em Salvador, Bahia,  na igreja da Glória e Saúde, mas é na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano é onde são realizadas as maiores celebrações organizadas anualmente pela  Irmandade da Boa Morte.  Possui tais características:
  • Incorpora elementos da  cultura afro-brasileira, 
  • Tem mais de duzentos anos,
  • Só admite mulheres com mais de quarenta anos de idade,
  • São na maioria adeptas do  candomblé.
Existe também na cidade de Santos em São Paulo, uma Confraria de Nossa Senhora da Boa morte, localizada no Convento de Nossa Senhora do Carmo dos carmelitas.





















Igrejas do centro velho de São Paulo - Santuário São Francisco

Fraternidade Franciscana
São Francisco

O Santuário e o Convento São Francisco estão localizados no Largo São Francisco, 133 - São Paulo

Santuário São Francisco de Assis - 1878






“Largo” significa qualquer área urbana mais espaçosa do que as ruas que intercepta. Um desses espaços no centro da capital, o Largo São Francisco, abriga alguns marcos da história paulistana e é considerado o principal conjunto de arquitetura barroca da cidade. Lá estão instaladas a Faculdade de Direito da USP, a Igreja São Francisco de Assis e a Igreja Chagas do Seráfico Pai São Francisco. O local também é tido como o marco zero de uma das mais importantes avenidas de São Paulo, a  av. Brigadeiro Luís Antônio.




A Igreja de Ordem Primeira, ou simplesmente Igreja São Francisco de Assis, começou a ser construída em 1642. Inaugurada em 1647, ela foi construída em taipa de pilão e suas paredes têm 1,5 metros de espessura.


Santuário São Francisco de Assis - 1878


Reformas no século XVIII dotaram características barrocas até que, em 1884, a fachada foi modificada e a entrada central foi aberta. Seu interior é simples, mas conta a história dos padres franciscanos em imagens, inclusive algumas portuguesas de grande valor como a de São Francisco, considerada a mais bela de um convento franciscano no país. Também é possível admirar pinturas da Virgem e de São Benedito.



segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Igrejas do centro velho de São Paulo - Igreja Santo Antonio

Igreja Santo Antonio

Endereço:
Praça do Patriarca, 49
Centro - São Paulo - SP


A Praça do Patriarca é um logradouro  situado no Centro Histórico  da cidade brasileira de São Paulo.
É uma das praças mais antigas da cidade,  estando situada no histórico distrito da Sé. A sua denominação homenageia o "Patriarca da Independência", José Bonifácio de Andrade e Silva.  Começou a ser construída por volta do ano de  1912 com a demolição de antigos casarões localizados entre a Ruas São Bento e Líbero Badaró.   A Igreja de Santo Antônio,  está na praça.

Praça Patriarca 1912


Praça Patriarca 1960


Praça Patriarca 2016


                                                                   Igreja de Santo Antônio







A Igreja de Santo Antônio é um templo católico localizado no centro de São Paulo, na Praça do Patriarca, próximo ao Viaduto do Chá. É considerada a mais antiga igreja remanescente da cidade, tendo sido fundada nas últimas décadas do século XVI - conforme atestam os primeiros registros documentais da sua existência, datados de 1592. No século XVII, abrigou a Ordem dos Franciscanos, e no século XVIII esteve subordinada à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos.Sofreu diversas reformas e intervenções ao longo dos últimos quatro séculos, sobretudo em sua fachada, reinaugurada em estilo eclético em 1919.


É considerada a mais antiga dentre as igrejas remanescentes de São Paulo. Sua data de fundação, no entanto, é incerta. A mais remota referência ao templo comparece no testamento de Afonso Sardinha, datado de novembro de 1592, em que o bandeirante lega a quantia de dois cruzados para a "ermida de Santo Antonio", o que leva a supor que sua construção é anterior a essa data. Tratava-se então de uma pequena capela, erguida por fiéis anônimos, ao término da rua hoje conhecida como Direita.



Em 1891, um incêndio ocorrido em um edifício vizinho danificou e consumiu parte da igreja. No final da mesma década, em 1899, a prefeitura intimou a irmandade para proceder à demolição e reconstrução da torre e da fachada, devido às obras de alinhamento da rua Direita. As obras foram custeadas por Francisco Xavier Pais de Barros, o barão de Tatuí, e pelo conde de Prates, ambos residentes nas imediações do templo, ainda antes da construção do Viaduto do Chá. As obras se arrastaram por vários anos, e incluíram uma reforma geral da igreja, reinaugurada com nova fachada em estilo eclético, em 1919.

Apesar das inúmeras reformas e intervenções realizadas ao longo dos séculos terem descaracterizado a integridade artística e arquitetônica do templo, a Igreja de Santo Antônio foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) em 1970, em virtude, sobretudo, de sua importância histórica. Em 1991, um novo incêndio danificou os fundos do edifício.

Em janeiro de 2005, com recursos providos pela Lei de Incentivo à Cultura, tiveram início as obras de restauro da Igreja de Santo Antônio, em que se procurou recuperar as feições barrocas do interior da igreja. Durante os trabalhos, executados sob a supervisão do Condephaat, foram retiradas as talhas executadas no século XX que encobriam os retábulos, e restauradas pinturas datadas do século XVII, com representação de anjos. O altar-mor, de 1780, também foi restaurado, voltando a exibir as matizes utilizadas no barroco paulista, em que predominam o vermelho, o amarelo e o dourado.











Igrejas do centro velho de São Paulo - Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos


A antiga Igreja do Rosário, onde hoje está o Edifício Altino Arantes

Esta  igreja parecia que ficaria para sempre naquele lugar, mas não foi bem isto que aconteceu. Com o argumento de ampliação e modernização da cidade, o prefeito Antônio Prado decidiu desapropriar a área da igreja e seus vizinhos em 1903.
A área do então Largo do Rosário (atual Praça Antônio Prado) foi completamente remodelada e os negros afastados mais uma vez para um local distante. Curiosamente o terreno da antiga igreja, agora demolida, passou para a posse de Martinico Prado, nada mais nada menos do que o irmão de Antônio Prado.


Com a pequena indenização recebida a irmandade decide erguer a igreja no Largo do Paissandú, o que não ocorreria sem protestos dos moradores do entorno do local, que alegavam que o templo “acabaria com a beleza da praça”.Adicionar legenda








Mesmo assim, a igreja foi erguida e inaugurada finalmente em 22 de abril de 1908. E está ali até hoje.



Irmandade dos Homens Pretos em São Paulo

A Irmandade sofreu as agruras de ver sua primeira igreja, na Praça Antônio Prado,  construída em 1725  com a arrecadação de doações e esforço dos malungos (irmãos), ser demolida para dar lugar a projetos de urbanização  da Província.
Os negros conseguiram manter relativo patrimônio ao redor dessa igreja, casas simples serviram para atividades religiosas, acolhimento dos alforriados  e a administração da Irmandade, composta de diretoria e mesários.
Irmandade do Rosário em Minas Gerais As irmandades religiosas nas minas setecentistas eram particularmente diferentes em sua organização, já que a igreja não era autorizada a ter ordens em Minas Gerais. A organização das ordens terceiras erma exclusivamente feitas por leigos, nesse caso os negros libertos e escravos.
Hoje, esse estilo colonial permanece nas dependências da igreja que, por ser capela,  está sob a jurisdição da paróquia de Santa  Ifigênia.  No subsolo fica a mesa administrativa, onde os irmãos se encontram para a celebração da missa  de domingo, para confraternização e para a distribuição mensal de cerca de 150 cestas básicas. Eles vivem esses momentos agradáveis e de decisões em meio a recordações, mantidas num acervo  de pinturas, ilustrações, fotografias, imagens e documentos que trazem à lembrança os primeiros irmãos. "Eu me emociono e sinto um grande amor por tudo isso aqui", revela Cleofano de Barros, há 50 anos na Irmandade.
A eleição da diretoria é anual para os cargos de juiz provedor, secretário, tesoureiro e procurador, que exercem atividades administrativas e pastorais na comunidade, incentivando a formação da juventude, de equipes de música e de  liturgia.  Nessa ocasião, também são eleitos os festeiros, o rei e a rainha, que juntos com o juiz e a juíza organizam, durante o ano, com o apoio das irmãs e dos irmãos, as festas de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.  "A Irmandade conseguiu agregar um número considerável de afro-brasileiros. Somos cerca de 220 membros", diz o juiz provedor Marcelo Antonio Saraiva, 32 anos.
Os irmãos recebem pesquisadores, religiosos e pessoas de outros Estados e até do exterior, interessados em conhecer e estudar as razões de tanta longevidade e que ficam deslumbrados com o interior da igreja, que apresenta uma variedade de detalhes na pinturas das paredes, nas vestimentas e adornos dos santos, nas luzes do altar-mor que refletem entre lustres, candelabros e flores. "Só a devoção a Nossa Senhora foi capaz de manter-nos unidos, com a Irmandade aproximando-se dos 300 anos, e trazendo com a religiosidade, a conscientização capaz de forjar o surgimento de outros movimentos negros", esclarece a advogada e ex-deputada estadual, Theodosina Rosário Ribeiro, que já foi juíza, é mesária, e ainda faz parte da equipe litúrgica.



Mãe Preta
Largo Paissandu
Bairro: República
Região: Centro
Artista: Júlio Guerra 




Sobre o monumento
Mãe Preta – O símbolo exalta a figura da babá negra, que criou os filhos dos senhores de engenho, nos tempos coloniais. O monumento de Júlio Guerra, inaugurado no aniversário de São Paulo em 1955, é uma homenagem à raça negra radicada no Brasil.

Ficha Técnica
Peça – Bronze (2,20m x 2,60m x 1,60m), Pedestal – Granito (1,44m x 2,97m x 1,80m)






sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Igrejas do centro velho de São Paulo - Mosteiro de São Bento




Mosteiro São Bento - 1920


Mosteiro de São Bento

Endereço
Largo de São Bento, s/nº - (Centro Velho) - São Paulo

        



Estilo dominante                   Neorromânico
Arquiteto                               Richard Berndl     
Início da construção             1920
Fim da construção                1922
Diocese                                   Arquidiocese de 
São Paulo



















O Mosteiro de São Bento é um local histórico e religioso localizado no Largo de São Bento, no Centro  da cidade de  São Paulo, no Brasil.  O local é um conjunto da Basílica Abacial de Nossa Senhora da Assunção, do Colégio de São Bento e da Faculdade de São Bento.  Sua estrutura atual começou a ser construída entre 1910 e 1912, a partir do projeto criado pelo arquiteto alemão  Richard Berndll,  mas o início da história do Mosteiro tem mais de 400 anos. Cerca de 45 monges vivem no Mosteiro, onde dedicam suas vidas à tradição do "ora e trabalha" (em  latim :  ora et labora). No caso dos monges paulistanos, acrescentou-se a tradição "e leia" (em latim :  et legere). Os religiosos estão sempre dispostos a receber hóspedes e visitantes, acolhendo os que vêm à procura de oração,  retiro, orientação espiritual ou confissão. A Basílica Abacial de Nossa Senhora da Assunção (elevada a esta dignidade em 14 de junho de 1922) possui o  coro  para o ofício divino  em rito monástico rezado diariamente pelos monges e a missa  em rito romano, ambos com canto gregoriano.

Desde 2006, o titular do mosteiro é dom abade Mathias Tolentino Braga,  que, em maio de 2007, hospedou o papa Bento XVI  em sua primeira visita ao Brasil. 

O teatro secreto do Mosteiro :




Pouco conhecido, é seu teatro. Erguido em 1903, o espaço com capacidade para 280 lugares sempre teve uma programação controlada, de forma a não tirar a tranquilidade dos beneditinos da clausura vizinha. Apesar disso, abrigou momentos importantes da dramaturgia paulistana. Na década de 30, o poeta Oswald de Andrade declamava ali seus versos em concorridos saraus.
Anos mais tarde, atores como Raul Cortez, Sérgio Cardoso e Tarcísio Meira, iniciaram no local sua carreira nos palcos. Atualmente, ele recebe  eventos fechados e poucas peças, a maioria ligada a religião, como Theresinha.  



                           Aos domingos tem atividades como o brunch, preparados pelos monges.