quarta-feira, 27 de março de 2013

Exposição : A Arte Fantástica de Mário Gruber

A Arte Fantástica de Mário Gruber

Caixa Cultural São Paulo - de 16 de março a 12 de maio de 2013.

Muito mais do que uma técnica, a gravura era, para Mário Gruber, uma forma particular de expressão artística que ele cultivava com carinho, e que exerceu por toda a sua vida.

Nos  anos de 1950 Gruber fez parte da geração que via na gravura uma forma de contribuição do artista à sociedade. Por sua reprodutibilidade ela era entendida como uma arte "arte para todos", e seus temas espelhavam a realidade dos trabalhadores. A partir da década de 1960, entretanto, o trabalho de Gruber enveredou por um outro caminho : o realismo mágico - que se tornaria sua marca.

Gruber fez litografia, xilogravura e calcogravura, mas foi na gravura em metal que seu trabalho gráfico mais se destacou. Suas pontas secas e águas-fortes são de qualidade rara, e ele foi o único artista brasileiro a dominar a dificílima técnica conhecida como "maneira negra".

A exposição apresenta um conjunto significativo de gravuras e de materiais evidenciando a maestria  do artista no manejo da goiva e do buril, e também a sua inventividade na experimentação.

Durante toda sua vida Gruber trilhou um caminho único. A reboque de todos os modernismos inspirou-se nos mestres do passado, criou novas técnicas e debruçou-se sobre uma temática inteiramente pessoal. E nunca pode ser acomodado em nenhum dos nichos criados pela crítica de arte  : Gruber é Gruber.



 
Mário Gruber Correia nasceu em Santos - SP, em 1927 e faleceu na capital paulista em 30 de dezembro de2011.



Auto retrato - 1946 ( óleo s/tela )





                                                                  Menino com chapéu - 1975 - litografia

sexta-feira, 1 de março de 2013

exposição :Tomie Ohtake

exposição : Tomie Otake -  Marco Giannotti e LADY DIOR AS SEEN BY

Instituto Tomie Ohtake
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201





O Instituto Tomie  Ohtake tem o prazer de iniciar as comemorações do centenário de sua artista maior com uma exposição coletiva que estabelece aproximações entre o seu trabalho e obras de cerca de 45 artistas brasileiros.



Nascida  em 21 de novembro de 1913, em Kyoto, no Japão, esta foto de 1953, registra o ateliê da casa em que ela morava, na Rua da Paz, na Móoca.

A mostra Correspondências torna-se um valioso espectro de observações de temáticas recorrentes na história da arte de 1950 até hoje. Nela, o gesto, a cor e a matéria tornam-se motes para observar como, ora num mesmo momento cronológico, ora distanciadas por décadas, obras de arte conversam entre si, se atraem, se contaminam por recorrência, citação ou contraposição.



A escultura curva de Tomie Ohtake, que costuma organizar o espaço do grande hall do Instituto, ganha a vizinhança de desenhos de Waltercio Caldas e Oscar Niemeyer, fotogragia de Cristinao Mascaro, pinturas de Mira Schendel e uma instalação  de Jac Leiner, todos de alguma forma gestuais.



Um conjunto de cinco pinturas de cores vibrantes e opacas, feito pelo artista da década de 1970, reverbera nas escadas cromáticas de Alfredo Volpi, Sérgio Sister e Daniel Steegmann.



Neste ano de 2013, ano que Tomie Ohtake  completa seu centanário, ano que a artista começou preparando uma exposição
de suas pinturas recentes, realizadas ao longo dos últimos meses, trabalho cotidiano e, como sempre, permeado por algumas dúvidas, poucas, é verdade, mas que na prática implicaram num ligeiro desvio do seu projeto inicial ( a artista havia projetado duas séries de pinturas monocromáticas, uma azul, outra amarela), o que  também serviu para evidenciar um certo desconforto que ainda hoje tem, uma incompreensível, para que vê de fora, ponta de desconfiança sobre uma luminosa trajetória de mais de 6 décadas, pois nesta data, como princípio das comemorações, julgou-se importante demonstrar-se da produção de Tomie Ohtake, uma obra merecedora do epileto "clássico", fruto de uma investigação solitária, ensimesmada, que se dá através de uma rotina desgastante, sob o jugo permanente de um senhor implacável em sua exigência - a própria artista - é também, e paradoxalmente, um empreendimento coletivo.