segunda-feira, 27 de junho de 2016

SESC Pompéia é eleito o 6º melhor prédio de concreto do mundo




O jornal britânico "The Guardian" colocou o complexo de prédios do Sesc  Pompéia em sexto lugar na lista das dez melhores construções e estruturas em concreto do mundo. O conjunto arquitetônico foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, na década de 1960. O Sesc está na frente do Pavilhão Nacional Português, em Lisboa ( 7 º lugar ), da Bibioteca da Escola Técnica Eberswalde, na Alemanha     ( 8 ºlugar ), da igreja St. John's Abbey, em Collegeville, Minnesota ( 9 º lugar ), e o interior de uma casa no topo de uma falésia, em Coliumo, no Chile ( 10 º lugar ). O campeão da lista foi o Panteon, em Roma.




terça-feira, 21 de junho de 2016

Conhece Teodoro Sampaio ?



 

Biografia

Nasceu no Engenho Canabrava, pertencente ao visconde de Aramaré,  hoje localizado no município baiano de Teodoro Sampaio.
Era filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo e do padre Manuel Fernandes Sampaio  . Ainda em Santo Amaro estuda as primeiras letras no colégio do professor José Joaquim Passos. É levado pelo pai, em 1864 para São Paulo  e depois para o Rio de Janeiro, onde estuda no Colégio São Salvador e, em seguida, ingressa no curso de Engenharia do Colégio Central. Ao tempo em que estuda leciona nos Colégios São Salvador e Abílio, do também baiano Abílio César Borges ( Barão de Macaúbas),  sendo ainda contratado como desenhista do Museu Nacional.
Formou-se em  1877,  quando finalmente volta a Santo Amaro, na Bahia, onde nasceu. Ali, revê a mãe e os irmãos, e comprando, no ano seguinte, a carta de alforria de seu irmão Martinho, gesto que repete com os irmãos Ezequiel (1882)  e Matias (em 1884). Sampaio nunca foi um escravo.
Em 1879  integra a "Comissão Hidráulica", nomeada pelo imperador Dom Pedro II,   sendo o único engenheiro brasileiro  entre estadunidenses.

Importância de Theodoro Sampaio

Theodoro Sampaio, filho de uma escrava negra, foi um dos maiores pensadores brasileiros de seu tempo. Engenheiro por profissão, legou-nos uma bibliografia de vasta erudição geográfica e histórica sobre a contribuição das bandeiras  paulistas na formação do território nacional, entre outros temas. É formidável sua sofisticação na percepção da importância dos saberes indígenas (caminhos, mas não só) na odisséia bandeirante. Igualmente digna de consideração foi sua contribuição ao estudo de vários brasileiros, de pinturas rupestres  em sítios arqueológicos nacionais, do tupi na geografia brasileira e da geologia no País. Neste campo, a geologia brasileira, participou de momentos marcantes, como a expedição de Orville Derby ao vale do rio São Francisco e de comissões específicas. Além disso, foi grande amigo de Euclides da Cunha, e auxiliou o escritor com conhecimentos sobre o sertão baiano na elaboração do livro Os Sertões.
Seu nome figura na memória intelectual do País ao lado de Capistrano de Abreu,  Joaquim Nabuco, Nina rodrigues e outros do mesmo patamar. Em sua memória, foram batizados dois municípios  brasileiros (na Bahia e em São Paulo) e também uma importante rua da cidade de São Paulo.


 Rua Teodoro Sampaio - São Paulo

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Casarões Oficiais de São Paulo

 
Casarão Oficial
 
Dois prédios com arquitetura clássica são utilizados hoje como sede principal do Poder Executivo estadual e municipal. Um é o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, residência oficial do governador, a partir de 1965. Outro é o Edifício Matarazzo que, instalado desde 1930 no Viaduto do Chá, é o centro de comando da prefeitura. (  em 21/02/16  publiquei um artigo que falava somente sobre este edifício).
Há no entanto, outros casarões que tiveram a mesma função no passado. Um deles é o Palacete Elias Chaves, na Avenida Rio Branco, que começou a receber obras para sediar um museu dedicado à urbanização da capital.
 
 
Palacete Elias Chaves
 
 O Palácio dos Campos Elísios (antigo "Palacete Elias Chaves"), situado na Avenida Rio Branco, zona central de São Paulo, foi projetado pelo arquiteto alemão Matheus Hausler,  iniciado em 1890  e finalizado em  1899 para ser a residência do cafeicultor e político Elias Antônio Pacheco e Chaves.

Sua construção utilizou inovações tecnológicas trazidas da Europa  e a maioria dos materiais que o compõem foram importados: espelhos de Veneza,  maçanetas de porcelana de  Sévres,  terracotas da Itália,  fechaduras e dobradiças dos  Estados Unidos.




Detalhes da edificação.
O palacete foi denominado "Palácio dos Campos Elísios" em  1915, quando tornou-se a sede do Governo e a residência oficial do governador do   Estado de São Paulo,  Foi quando os gradis que circundavam o prédio deram lugar a muros altos, que escondem o prédio dos pedestres.
Em 1965 devido a incêndio ocorrido, tanto a sede do governo, como a residência do governador, transferiram-se para o Palácio dos Bandeirantes,  no Morumbi. Desde então o palacete passou por restaurações. A restauração da parte externa teve início em março de 2008 e foi concluída em 2010.
O palácio foi tombado no ano de 1977 pelo  Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico ( CONDEPHAAT).

 
 
 
Palácio das Indústrias
 
O Palácio das Indústrias é uma edificação histórica localizada no centro da cidade brasileira de São Paulo.
O palácio projetado por Domiziano Rossi com a colaboração de Ricardo Severo e Ramos de Azevedo , adota o estilo eclético, em uma herança da moda em vigor na Itália na virada do século . Sua arquitetura foi inspirada em duas imponentes construções da cidade italiana de Gênova: o Castelo Mackenzie, de quem toma inspiração na volumetria e a torre, e o Castello D'Albertis, que empresta seus passeios com colunatas e a tonalidade avermelhada de algumas de suas paredes.
Iniciado em 30 de maio de 1911 e inaugurado em 29 de abril de 1924, o Palácio das Indústrias foi concebido inicialmente como um espaço permanente de exposições agrícolas e industriais mas abrigou várias instituições, entre elas, desde o ano de sua inauguração, a Rádio Educadora Paulista , primeira estação paulista de rádio (atualmente Rádio Gazeta).
Em  1992, passou a ser a sede da prefeitura da cidade, até então localizada junto ao parque do Ibirapuera. Na ocasião dessa mudança, foi proposta a criação de um edifício anexo, a fim de expandir as instalações da prefeitura e ao mesmo tempo servir de pivô para uma revitalização na área do entorno do Parque Dom Pedro II. O projeto, assinado por Lina Bobardi,  jamais foi executado .
Abrigou a sede da prefeitura de São paulo até o ano de 2004, quando esta foi transferida para o Edifício Matarazzo,  Além disso, foi sede da Assembléia Legislativa de 1947 a 1968 e também da Secretaria de Segurança Pública.
Desde o dia 27 de março de 2009 0 edifício abriga o Museu Catavento, um museu dedicado às ciências.



                                                                       Solar Fábio Prado

Quem hoje anda pelas ruas de São Paulo não imagina a cidade sem o trânsito e os arranha-céus. Foi-se o tempo das ruas tranquilas e das imensas mansões, onde moravam as mais tradicionais famílias paulistanas. Mas um pouquinho desse período nostálgico pode ser conferido em A Casa e a Cidade – Coleção Crespi Prado, exposição em cartaz no da Casa Brasileira– MCB que conta a história recente da capital paulista por meio dos registros dos moradores da residência que desde 1970 abriga o museu.
O casarão, que impulsionou o desenvolvimento de uma extensa área da cidade na primeira metade do século 20, abrigou a família de Fábio Prado, prefeito de São Paulo entre 1934 e 1938. Foi ele um dos principais responsáveis pela expansão da malha urbana na direção do rio Pinheiros, criando as avenidas Nove de Julho, Rebouças e Itororó (atual 23 de Maio), além do Viaduto do Chá e Martinho Prado e dos edifícios da Biblioteca Municipal e do Estádio do Pacaembu.











 

 

sábado, 18 de junho de 2016

Palácio da Justiça de São Paulo

A construção do Palácio da Justiça de São Paulo

O aumento dos trabalhos judiciários, passados os tempos de quietude de fins do século XIX, não se fez tardar.
Em pouco tempo, a cidade começou a sofrer bruscas transformações. As chácaras davam lugar aos loteamentos para ampliação da área urbana. Novos bairros integravam-se na paisagem da metrópole.
Três fatores contribuíram sobremaneira para o rápido desenvolvimento : a expansão caffeira, a aviação férrea e a imigração européia.
São Paulo deixava de ser a romântica Cidade Acadêmica para tornar-se a Metrópole do Café.
O fenômeno do crescimento da cidade iria se refletir nos serviços judiciários : assim, já em 1911, o Tribunal receberia 566 processos para distribuição aos cinco ministros da seção civil, e 878 para os novos da seção criminal, totalizando 1.444 feitos.A tendência era para um aumento cada vez maior e a justiça tinha de estar preparada para tal.
Foi um eminente estadista, o dr. Washington Luís, com larga visão do futuro, quem teve a idéia, quando na Secretaria da Justiça, de dotar a Corte paulista com um prédio à sua altura.

 
A concepção do Projeto
 
E acolhendo a sugestão de Washington Luís, o governo paulista, quando presidido por Altino Arantes, lançou a pedra fundamental daquele que viria a ser o Palácio da Justiça. Foi no dia 24 de fevereiro de 1920, ocasião em que discursou o ministro Urbano Marcondes Moura.
Para a construção do novo prédio seria decisiva, também, a participação do ministro Manuel da Costa Manso ( que José Frederico Marques considera o maior juiz paulista de todos os tempos), pois fora nomeado procurador geral do Estado, e assim, tendo a confiança e o apoio dos sucessivos governos, pode colaborar eficazmente com estes, através do legislativo, dando corpo e sistema à organização judiciária paulista, que sofreria modificações profundas na década 1920-1930.
O projeto do prédio que viria a abrigar o Tribunal de Justiça foi confiado ao conceituado arquiteto Ramos de Azevedo, que concebeu o palácio, externa e internamente em estilo neor-renascentista.
 
O Palácio por dentro
 
Digna de especial menção, é também a conhecida Sala dos Passos  Perdidos ( saguão de entrada), que é amplo centro de distribuição, possuindo uma colunata em estilo jônico, granito vermelho de Itu, com bases e capitéis de bronze. As escadarias de mármore e os vitrais coloridos dão um toque de imponência à majestosa Casa da Justiça.
 
 

 

Salão Ministro Costa Manso
 
Não é um edifício que se assemelha aos muitos outros existentes na cidade : há nele uma espécie de aura de veneração, própria dos locais onde o sentimento se eleva para apreciar o que é belo. Trata-se, sem dúvida, de um verdadeiro Olimpo, onde a deusa Têmis reina sobranceira.
Foram dispendidos na monumental obra cerca de 23 milhões de cruzeiros antigos. A construção foi bastante lenta, somente vindo a terminar onze anos depois, quando o Tribunal, em data de 2 de janeiro de 1932, veio a se instalar definitivamente na nova e suntuosa sede.
Possuindo seis andares, o principal deles é o quinto, onde se encontram instalados o Gabinete da Presidência, o Conselho Superior da Magistratura, a Corregedoria Geral da Justiça e as salas das sessões. No sala Ministro Costa Manso são realizadas as sessões plenárias e o seu interior em nada fica a dever aos mais traicionais e auteros tribunais britâncos, conhecidos pela grandiosidade e fausto. Nele são efeuadas ainda as solenidades do Ano Judiciário e de posse dos desembargadores e juízes que ingressam na carreira.
Ainda no quinto andar encontram-se a sala  dos Retratos e a sala das Becas, anexa ao plenário. A primeira é assim denominada por conter fotografias dos desembargadores que exerceram a presidência do Tribunal, tendo sido organizada na gestão do desembargador Firmino Whitaker.
 
Relembrando o início de tudro.
 
No dia 2 de janeiro de 1932 realizou-se a primeira sessão do Tribunal de Justiça daquele ano.
A data coincidiu com a inauguração das novas instalações no Palácio da Justiça para onde acabava de se transferir a Corte Judiciaria.
A inauguração oficial do Palácio da Justiça ocorreu em 25 de janeiro de 1942.
Nessa oportunidade comparecerem o Interventor federal de São Paulo, dr. Fernando Costa, o comandante da 2a. Região Militar,o general Maurício Cardoso, o arcebispo metropolitano de São Paulo, dom José Gaspar de Afonseca e Silva, além de outras autoridades civis, militares e eclesiásticas.
 
A CONSTRUÇÃO DO PALÁCIO DA JUSTIÇA DE SAO PAULO
 
Publicado na Revista do Historiador - edição 183.
 
Texto de Justino Magno Araújo
 
Fotos de Manoel de Brito