domingo, 15 de outubro de 2017

FAAP - Faculdade das Artes

Criada a partir de um desejo póstumo do seu mecenas, a FAAP completa setenta anos como um centro de cultura com museus e  teatro renomado.





Instalada na Rua Alagoas, em Higienópolis, próxima ao Estádio do Pacaembu, a Fundação  Armando Alavres Penteado ( Faap ) acaba de completar setenta anos de história. Sua trajetória remonta à primeira metade do século passado, quando a instituição surgiu por um desejo póstumo do empresário e mecenas que a batiza.
Descendentes  de uma das mais tradicionais famílias paulistas do ramo do café, Penteado estudou em Londres e Paris, onde frequentou círculos de artistas, além de ter cursado a Escola Politécnica.
Ao morrer, em 1947, deixou em seu testamento a orientação de que algumas de suas propriedades fossem vendidas para a criação de um museu e uma escola de artes.

Assim, naquele mesmo ano surgiu a Faap, a primeira faculdade da capital a implantar um curso de graduação em design, na década de 60. Inaugurado no local em 1961, o museu de Arte Brasileira conta hoje com um acervo de mais de 3 000 obras. O espaço mantém parcerias com instituições como o Louvre e apresenta exposições de relevo, a exemplo de Barroco no Brasil. A herança dos Czares e a Arte no Egito no Tempo dos  Faraós.
Ao longo dos anos, seu teatro interno também apresentou peças importantes, como Mademoiselle Chanel, com Marília Pêra, Hamlet, com Wagner Moura, Ensina-na a Viver, com Glória Menezes, Restos com Antonio Fagundes, e Incêndios com Marieta Severo.







quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Antiga estação rodoviária da Luz

Sede da antiga rodoviária  da Luz na Praça Júlio Prestes.






Terminal Rodoviário da Luz foi o principal terminal rodoviário da cidade de São Paulo até o ano de 1982,  quando foi construído o Terminal Rodoviário Tietê. Ficava localizado na Praça Júlio Prestes, na região da  Luz, no centro de São Paulo. 


Já houvera intenção, no início dos anos 1950, de se fazer uma estação rodoviária em São Paulo na região da Luz, mas em pleno Parque da Luz,  ideia que acabaria rejeitada. O terminal de passageiros da Luz, com dezenove mil metros quadrados, foi inaugurado em 25 de janeiro de 1961, próximo às estações ferroviárias da Luz e Júlio Prestes,  centralizando o transporte intermunicipal da cidade na mesma região. A obra foi construída durante a gestão do governador Ademar de Barros,  pela parceria dos empresários Carlos Caldeira Filho e Octávio Frias de Oliveira  com a prefeitura de São Paulo. Destacavam-se em sua arquitetura o chafariz no hall central e as pastilhas coloridas nas paredes internas, que foram eliminados quando o local foi reformado para abrigar um shopping, anos mais tarde. A rodoviária foi um dos primeiros locais na cidade a receber aparelhos de televisão  em cores,  na primeira metade dos anos 1970, o que atraiu muitos interessados em assistir a jogos de futebol.
Já no primeiro mês de funcionamento moradores do bairro de Campos Elísios,  no entorno da estação, reclamara de um suposto aumento na criminalidade da região e do "trânsito infernal"..Os 2,5 mil ônibus que passavam diariamente pela rodoviária chegavam a levar até uma hora para percorrer um trecho que não chegava a ter duzentos metros. Para aliviar o trânsito da região, em outubro de 1977 a CMTC   transferiu diversos pontos de ônibus que ficavam na Praça Júlio Prestes para a Praça Princesa Isabel, a duas quadras da estação. "O terminal urbano da Praça Júlio Prestes afetava diretamente a circulação dos ônibus de transporte intermunicipal e interestadual", explicou à época o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de São Paulo. Dois meses depois houve outra tentativa de aliviar o trânsito na região, com a abertura de uma rua particular que dava aos ônibus acesso direto às plataformas 21 a 25.
Para o urbanista Jorge Wilheim, em entrevista publicada no Jornal da Tarde  em 2010, faltou planejamento: "Historicamente, rodoviárias já contribuem pela degradação da região. Depois, com a desativação, houve uma estrutura ociosa de hotéis e bares que se tornaram alvo fácil para a degradação da área. Com o crescimento da cidade e o aumento considerável do transporte rodoviário de passagem pela cidade, a Rodoviária da Luz tornou-se saturada. Assim, em 1977 foi inaugurado o Terminal Intermunicipal Jabaquara ,  para descentralizar as operações. Em 9 de maio de 1982 o governador Paulo Maluf  inaugurou o novo terminal de passageiros, o Tietê,  desativando o antigo. Após a desativação da estação o prédio foi vendido a um grupo de empresários e no local passou a funcionar a partir de 1988 o shopping popular Fashion Center Luz.

O prédio foi desocupado já em 2007,mas a demolição só começou em 12 de abril de 2010, e previa-se que as obras começariam  em janeiro de 2011, com inauguração do complexo em 2014.As obras ficaram interrompidas por cerca de um mês no segundo semestre, por causa de uma liminar impetrada por uma das empresas que perderam a licitação para a demolição.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Os novos jardins da cidade de São Paulo




Um jardim vertical lotado de samambaias, além de temperos como manjericão, alecrim e orégano, está exposto na Avenida 23 de Maio. O corredor verde tem 10950 metros quadrados de área e quase 6 quilômetros de extensão.Começa no Viaduto Tutoia e termina no Jaceguais. São 250 000 montadas em uma placa de 163,7 toneladas. O paredão de plantas surgiu para cobrir o cinza da paisagem daquela via, depois que a operação Cidade Linda apagou quase todos os grafites dos setenta muros. Só permaneceram sete pinturas. Na época, foi prometido que o muro não ficaria daquela forma por muito tempo. Coube a paisagistaa  Guil Blanche, CEO do Movimento 90º, especializado em projetos dessa espécie, tirar a idéia do papel. A Tishnan Speyer, empresa do mercado imobiliário, bancou o negócio, estimado em 9,7 milhões de reais,e também se comprometeu a cuidar da manutenção anual. 


A  prefeitura tem conversado com alguns escritórios de paisagismo sobre a execução e ainda negocia com empresas para fechar uma parceria. O primeiro seria um parapeito formado por trepadeiras na pista do Minhocão. 



Murais no Minhocão, sete prédios da região receberam a cobertura.

Há hoje cerca de 100 paredes verdes na cidade, boa parte das quais fica na região dos Jardins. Entre elas  está a obra Hospital Sírio Libanês, na Bela Vista, uma das maiores no país, inaugurada em 2015. São quase 1 000 metros quadrados de área, que abrigam 80 000 plantas de 42 espécies na fachada.

A tendência começou na França, com o botânico Patrick Blanc, que cobriu o Museu of  Sciense and Industry em 1988. Depois, surgiu em países como Estados Unidos e Singapura. Um dos projetos mais icônicos do mundo atualmente é a floresta Bosco Verticale. criada em 2014 por Stefano Boeri, em Milão, na Itália.
São duas torres de 112 e 80 metros de altura, com varandas externas tomadas por árvores de médio porte e arbustos. Naquele mesmo ano, o projeto ganhou na Alemanha o Internacional Highire Asward, considerado o Nobel da arquitetura dedicada aos arranha-céus, por "proporcionar uma simbiose entre homem e natureza  em plena metrópole",

Una Bella Storia


Conheça alguns dos símbolos na capital ligados a influentes comunidade italiana que reúne 15 milhões de descendentes no estado.

Igreja Nossa Senhora Achiropita

A devoção à Mãe Achiropita, cuja festa é celebrada no dia 15 de agosto, surgiu em Rossano Cálabro e data do século XII. Veio com os italianos que deixaram seu país em busca de melhores condições e se estabeleceram em São Paulo, mais precisamente no bairro do Bixiga. A imagem da N. Sra. Achiropita foi trazida pelos imigrantes calabreses nos primeiros anos deste século.










 Taberna do Julio

 abriu pela primeira vez em 1966. Com entrada simples, o salão tem paredes revestidas de pedras e iluminação parcial. Além do cardápio à la carte, a casa é famosa pelo rodízio de massas.
Rua Conselheiro Carrão, 392


Cantina Capuano

Inaugurada em 1907, trata-se da segunda mais antiga cantina em funcionamento ininterrupto na cidade - perde apenas para o restaurante Carlino,  na Vila Buarque, fundada em 1881. Atrai pela música ao vivo e pelos pratos fartos à moda típica italiana.
Rua Conselheiro Carrão, 416 - Bela Vista


Colégio Dante Alighieri

Fundado em 1911 por um grupo de imigrantes interessados em preservar a cultura do seu país natal, é um dos pioneiros no ensino misto para meninos e meninas. Trazia professores diretamente da Itália.
Alameda Jaú, 1061



Edifício Martinelli

Em uma época em que eram raros os imóveis com mais de cinco andares, o empresário Giuseppe Martinelli sonhava em erguer o mais alto arranha céu da América do Sul. O prédio foi entregue com exatos trinta andares, em 1929.





segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Instituto Moreira Salles - Museu Vertical







 Instituto Moreira Salles,  nova sede  inaugurada  no dia 20 de setembro de 2017, na Avenida Paulista.
No nono andar, há um espaço dedicado à memória da cidade de São Paulo. São centenas de fotos que mostram o cotidiano da cidade em diferentes épocas e, como o transporte não só faz parte da imagem desse cotidiano, mas também influencia nele, é claro que neste acervo é possível ter acesso à parte da história da mobilidade desde o início do século passado, quando a Capital Paulista tinha características e hábitos que mesclavam parte da cultura ainda predominantemente rural no Brasil com os ares de metrópole que aos poucos eram assumidos pela São Paulo que crescia num ritmo nunca antes presenciado.



Uma das imagens bem emblemáticas desta realidade é a que mostra modernos bondes elétricos (para a época) com bois e carroças.  A foto foi feita pelo feita pelo etnólogo e antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, na época professor de sociologia da recém-criada Universidade de São Paulo (USP), em 1937, na Rua da Liberdade, no centro da cidade. Em outra imagem, cavalo, bonde e jardineira (ônibus simples feito de madeira) conviviam bem no mesmo espaço.

As fotos demonstram também o desenvolvimento dos transportes, desde os primeiros anos de operação da linha férrea Santos-Jundiaí, a primeira do estado de São Paulo, até os ônibus mais modernos.
No espaço há mesas com telas pelas quais o visitante pode “passear” por uma São Paulo mais elegante, de outras épocas. Ao lado de cada foto, há a localização num mapa da paisagem fotografada. Em algumas imagens, é possível verificar como eram os locais na data da foto e como são hoje em dia
Também é possível escolher as fotos por localidades, autores e temas tudo ao toque na tela. Entre os temas, “Transportes” é um dos destaques.


O Instituto Moreira Salles fica na Avenida Paulista, 2424, em São Paulo.
O horário de funcionamento é de terças a domingos (exceto quintas), das 10h às 20h. Às quintas, das 10h às 22h. O IMS Paulista funciona em feriados, exceto quando caem às segundas.

domingo, 8 de outubro de 2017

Correios e Telégrafos








 Ele está bem ali,  coração da cidade de São Paulo, no lado mais antigo da metrópole. O prédio chama atenção no Vale do Anhangabaú, ocupando um espaço de 15 mil metros quadrados de área construída – uma obra que começou em 1919, com o objetivo de abrigar a Agência Central dos Correios e Telégrafos, e foi inaugurada três anos depois, como parte das celebrações do centenário da Independência do Brasil.

Sua construção, muito importante para a época, fez parte de um processo de urbanização do vale. Foi nesse período que o trecho inicial da Avenida São João foi alargado e outros edifícios foram construídos na área. O prédio dos Correios, conhecido como Palácio dos Correios, integra, juntamente com o Teatro Municipal, o Edifício Martinelli e o Viaduto do Chá, um expressivo conjunto arquitetônico do centro de São Paulo.
De estilo eclético, com outras edificações da mesma época, ele foi projetado e erguido pelos arquitetos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini, do Escritório Técnico Ramos de Azevedo. Tornou-se um ponto marcante na paisagem urbana da capital e fez com que a Praça Pedro Lessa, onde está localizado, ficasse mais conhecida como “Praça do Correio” do que pelo seu nome original.

Até a década de 1970, as dependências do prédio – lotadas pelo público e por funcionários – concentravam uma movimentada agência e, mais importante, as atividades administrativas dos Correios. Posteriormente, esse serviço foi transferido para o bairro da Vila Leopoldina, na zona oeste da cidade.

O Palácio dos Correios passou, na  ocasião, a abrigar apenas serviços gerais de postagem. O prédio, então, foi colocado para reforma.


Catedral Santo Amaro

Catedral Santo Amaro






A memória dos Botinas Amarelas


Antes de ser anexado à capital, em 1935, Santo Amaro era um município cujo território ultrapassava os 600 quilômetros de extensão. Até os dias atuais, os números das ruas do pedaço não são contados a partir da Praça da Sé, mas da Catedral de Santo Amaro, erguida como capela em 1560. O hoje bairro foi perdendo aos poucos os costumes trazidos pelos imigrantes, em sua maioria alemães.
Os habitantes mais antigos carregam com orgulho o apelido "botinas amarela", uma homenagem aos pioneiros que surgiram os sapatos na terra batida.
Para preservar a memória,nasceu, nos anos 80, o Centro de Tradições de Santo Amaro ( Cetrasa).
Ali, mantém-se um pequeno museu cheio de relíquias, entre elas obras  do artista  Júlio Guerra
 (1912-2001).
Foi ele quem esculpiu a controversa estátua do bandeirante Borba Gato, outro ilustre morador do local.
Os representante do Cetrasa protagonizaram duas tentativas, sem sucesso, de reemancipar a região, em 1985 e 1989.






sábado, 7 de outubro de 2017

Jockey Club de São Paulo



Jockey Club de São Paulo







Jockey Club de São Paulo é a entidade que administra e detém a propriedade do  Hipódromo de Cidade Jardim. Foi fundado em 14 de março de 1875,  sob o nome de "Club de Corridas Paulistano". Sua primeira praça de corridas foi o Hipódromo da Mooca,  na rua Bresser. Inicialmente havia uma determinação para que o novo hipódromo fosse no situado Ibirapuera. No entanto, mais tarde, em 25 de janeiro de 1941,  foi inaugurado o atual  hipódromo  da Cidade Jardim, que buscou corresponder as modernidades atuando como palco de diversos eventos como feiras, desfiles de moda, algumas festas, entre outros, instalado no bairro de mesmo nome, em São Paulo ..
O terreno em que se encontra o atual Jockey Club de São Paulo foi uma doação da Companhia Cidade Jardim, que entendia a necessidade de um espaço maior que atendesse às demandas do público e concebido pelo então Prefeito de São Paulo e Presidente do Jockey Club Fabio Prado . O hipódromo foi então construído nos 600.000 metros às margens do Rio Pinheiros, ainda não retificado na época, entre os anos de 1937 e 1941.O projeto foi feito por Elisário Bahiana,  arquiteto brasileiro e posteriormente remodelado pelo arquiteto francês Henri Sajous.
Apesar da localização do novo hipódromo, a sede social do clube ainda permaneceu nas proximidades de seu local de origem, à rua do Rosário. Dali, mudou-se para a rua São Bento em 1917, depois para a rua 15 de Novembro, Praça Antônio Prado e, finalmente, nos anos 60, para a localização atual, situada à rua Boa Vista, no  centro da cidade.  O Jockey Club também possui o Centro de Treinamento de Campinas, na cidade do mesmo situada no interior do estado de São Paulo, no local onde funcionou o Hipódromo Boa Vista. 


Uma bela escultura em relevo, retratando um cavalo e a figura de um anjo, se destaca sobre a fachada branca. A obra é um dos destaques  do prédio do Jockey Club de São Paulo, projetado pelo arquiteto Elisário Bahiana e inaugurado em 1941, as margens do Rio Pinheiros.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Museu da Imigração




Durante quase um século, entre 1887 e 1978, o prédio da antiga Hospedaria de Imigrantes, no Brás, recebeu cerca de 2,5 milhões de pessoas em busca de abrigo e ajuda na chegada o país.
O local, instalado na Rua Visconde de Paranaíba, 1316, hoje sedia o Museu da Imigração, que reúne informações e até cartas deixadas pelos antigos frequentadores.

Instalado em um dos poucos edifícios centenários da cidade de São Paulo, o Memorial do Imigrante ocupa as instalações da antiga Hospedaria de Imigrantes, um imponente complexo de prédios, construído entre 1886 e 1888 na Rua Visconde de Parnaíba, no bairro do Brás, com a finalidade de receber e encaminhar ao trabalho na lavoura, os imigrantes vindos por conta do Governo Provincial de São Paulo - essa hospedaria veio substituir a anterior, que funcionava desde 1882 no Bom Retiro, com capacidade para somente 500 pessoas e havia se tornado insalubre, em virtude das epidemias que assolavam aquele bairro. Com o aparecimento das primeiras indústrias na Capital, o perfil da mão de obra ganharia mais uma faceta, surgindo uma classe operária numerosa, forte e combativa.

Esse processo, conhecido como imigração massiva, já ocorria desde a metade do século XIX, portanto, não foi iniciado com a abolição da escravidão, como muitos historiadores costumam propagar erroneamente. O fim da escravidão no Brasil, na verdade, colocou em xeque mate o sistema de trabalho nas fazendas, tornando irreversível a necessidade de mão de obra pesada para as emergentes plantações de café. De 1882 a 1978, passaram pela Hospedaria de Imigrantes mais de 60 nacionalidades, com o número de pessoas estimado em aproximadamente 2,5 milhões, todas devidamente registradas em livros e listagens. O museu possui, praticamente, todos os registros das pessoas que passaram pela antiga hospedaria. São listas de bordo dos navios, livros de registros de imigrantes patrocinados, cartas de chamada, processos de núcleos de colônias, além de documentos pessoais doados por alguns imigrantes e cerca de 8 mil imagens fotográficas, entre negativos e originais. Este acervo, de valor incalculável para a história e memória do Estado de São Paulo, está em processo de elaboração final, parte já informatizada, onde a busca por informações é feita em questão de segundos. Apesar da consulta de muitos pedidos ser feita manualmente por um grupo de especialistas, foram emitidas até 1998, cerca de três mil certidões.



CENTENÁRIO INAUGURAL



A importância da Hospedaria de Imigrantes no desenvolvimento e progresso de São Paulo é incontestável, embora pouco conhecida e estudada. Desta forma, no aniversário dos 110 anos da sua inauguração oficial (1888-1998), o edifício continua em pé, fascinando os que o vêm pela primeira vez. Nada mais justo para celebrar as quase 3 milhões de pessoas que por ali passaram. As obras da Hospedaria "do Brás", como também eram conhecidas, foram iniciadas em 1886, mas a partir de 1887 já começava a funcionar e pôde substituir a antiga, localizada no Bom Retiro, um bairro assolado por epidemias. O espaço no "subúrbio do Brás" foi escolhido por ser plano, aberto e ficar próximo ao entroncamento de duas ferrovias (São Paulo Railway e E. F. Central do Brasil). Devido às dimensões do terreno (30 mil metros quadrados) e ao tamanho do prédio (cerca de 10 mil metros quadrados, com dois pavimentos), podemos considerar a Hospedaria como um dos maiores edifícios públicos do final do sécu­lo XIX, na cidade de São Paulo.