domingo, 12 de abril de 2020

Edifício Alexandre Mackenzie - Light





                                                        Theatro São José




Edifício Alexandre Mackenzie

Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa



Edifício Alexandre Mackenzie, também conhecido como Prédio da Light, é uma notória construção localizada na área central da cidade de São Paulo,  entre o cruzamento da Rua Coronel Xavier de Toledo com o Viaduto do Chá, atualmente tombada, cujo projeto contou com a autoria dos estadunidenses Preston e Curtis, e execução do escritório de Severo, Villares & Cia. Ltda. O prédio fora sede da empresa distribuidora de energia elétrica  São Paulo Tramway, Light and Poxer Company,  e, posteriormente, da antiga estatal  Eletropaulo.  Foi concluído no ano de 1929 e ampliado em 1941. Desde 1999, após cautelosa restauração, abriga o  Shopping Light. 



Contexto Histórico

A empresa The São Paulo Tramway, Light and Power Company instalou-se em 1899 em salas alugadas em um prédio da Rua São Bento. Seu constante crescimento obrigou sua transferência para áreas cada vez mais amplas, muitas vezes em diferentes localidades da cidade. No total, eram 7 escritórios por  São Paulo,  o que dificultava sua administração central. Com isso, a empresa adquiriu o  Theatro São José,  na Rua Coronel Xavier de Toledo, para dar lugar ao mais novo edifício sede da empresa. A obra foi concluída em abril de 1929.
Em 1941, o prédio foi ampliado passando a contar com uma área de 29.720 metros quadrados. Desde sua construção, o prédio adquiriu grande destaque, tanto por sua posição privilegiada junto ao  Vale do Anhangabaú,  como pela história e desenvolvimento da empresa que idealizou sua construção. Hoje, o patrimônio é propriedade do Estado, por ter sido sede da antiga estatal Eletropaulo, e em 1999, depois do processo de privatização da empresa e transferência de suas áreas administrativas na década de 1980, tornou-se um centro comercial e cultural.


História

Construção

O Edifício Alexandre Mackenzie foi originalmente construído para abrigar a sede da canadense The São Paulo Tramway, Light and Power Co. Ltd. O nome foi dado em homenagem ao diretor da empresa na época, que solicitou o projeto do edifício. Os autores do projeto foram os arquitetos norte-americanos Preston e Curtis, de 1925. Já a construção foi idealizada por Severo, Villares & Cia. Ltda., escritório do engenheiro e arquiteto  Ramos de Azevedo, entre os anos de 1926 e 1929.
Em setembro de 1983, Luiz Antonio de Assis Carvalho, superintendente de Comunicação da Eletropaulo, entrou com uma solicitação de tombamento junto ao Condephaat,  Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Processo Nº 22803/83). Já em outubro de 1984, o edifício foi oficialmente tombado como monumento de interesse arquitetônico pelo secretário da cultura da época, Jorge da Cunha Lima, e inscrito no Livro do Tombo sob nº 234, p.64. em janeiro de 1987.[1





Tombamento

O interesse pelo tombamento do edifício surgiu em razão de uma possível negociação entre o mercado imobiliário e por se tratar de um bem próprio do Estado, já que na época era sede da Eletropaulo. O edifício compõe os mais destacados do patrimônio ambiental urbano da cidade de São Paulo, dada sua posição no Vale do Anhangabaú. Juntamente com a antiga sede do  Banespa, o Edifício Altino Arantes, o Edifício Matarazzo,  sede da prefeitura da cidade de São Paulo desde 2004, e o Viaduto do Chá,  forma o conjunto característico da área central da cidade. Em seus arredores, situam-se os jardins do Teatro Municipal, com sua escadaria e estrutura imponente e a  Praça Ramos de Azevedo,  em homenagem ao célebre engenheiro e arquiteto Ramos de Azevedo. 

Shopping Light


Desde 1999, ano de inauguração, o edifício abriga o Shopping Light, fruto de um consórcio com o Fundo Birmann, que ganhou concessão do imóvel por um período de 50 anos. Em 1997, a Eletropaulo ainda ocupava parte do edifício, quando eram realizadas as reformas. Uma das realizadoras do projeto do centro comercial foi a CEI Empreendimentos, onde os investimentos foram estimados em R$ 50 milhões. O público alvo do shopping são as classes B e C, devido à enorme circulação de pessoas pelo Vale do Anhangabaú durante o horário comercial e horário de almoço. Estima-se que no Viaduto do Chá transite diariamente cerca de um milhão de pessoas.



Características do edifício



Um dos grandes marcos históricos da arquitetura de São Paulo, o Edifício Alexandre Mackenzie, conhecido também como "Prédio da Light", é um dos ícones do estilo eclético do centro. Toda a parte de serralheria e marcenaria originais do edifício foi arquitetada pelo  Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo,  na época de sua construção. Hoje, o edifício mistura elementos modernos com elementos mais antigos, como escadas rolantes atuais, elevadores da década de 1920, escadaria de mármore e réplicas de bancos e lixeiras similares aos da  Estação da Luz. A casa de máquinas dos elevadores e os portões são originais da década de 1920. O Shopping Light foi o primeiro shopping center do Brasil a utilizar técnicas de reciclagem arquitetônica em sua estrutura e fachada.

O trabalho de restauração, durante a década de 1990, ficou a cargo do arquiteto Carlos Faggin, professor de História da Arquitetura da  USP.  Foi necessária uma lavagem das fachadas por conta de pichações e da ação do tempo. A tecnologia foi fundamental para a realização do processo, com análises em laboratório foi possível identificar os traços originais do prédio, que foram remoldados. Molduras, cerâmicas, vitrais e alvenarias de madeira foram todos restaurados e adaptados à década de 1920. O edifício de 50 metros de altura conta hoje com nove pisos, sendo o último um centro cultural, dois andares no subsolo, e o rés-do-chão (piso térreo).