sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Mario de Andrade

                                             
                                                            MÁRIO DE ANDRADE

Pintura de Tarsila do Amaral















Casa Mário de Andrade é um imóvel na cidade de  São Paulo  tombado pelo  CONDEPHAAT  (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e CONPRESP  (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Cultural da cidade de São Paulo), onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do  Modernismo  e da Semana da Arte Moderna no Brasil, em 1922, Mário de Andrade  (1893-1945).
O imóvel situado na rua  Lopes Chaves, 546 na Barra Funda e projetado  por Oscar Americano  no início da  década de 1920,  é um sobrado geminado em  estilo eclético, em alvenaria de tijolos.

Mario de Andrade viveu na casa de  1921 a 1945,  quando faleceu. Costumava receber no sobrado, às terças-feiras,  Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Menoti del Pichchia,  formando o  Grupo dos Cinco   (intelectuais que defendiam os ideais da Semana de Arte Moderna).]






Atualmente, pertence à Secretaria de Estado da Cultura e, desde  1990,  funciona como a Oficina da Palavra, ou, pelo novo nome, Oficina Cultural Casa Mário de Andrade, cuja programação é voltada para o teatro e literatura. Desde 2015,  a casa se tornou um museu onde são expostos seus óculos, cartas inéditas, sua pasta de couro e outros itens característicos de Mario de Andrade.
A Casa foi reaberta no ano em que o autor completaria seus 70 anos.[
Mário de Andrade



Nascido 9 de outubro de 1893 em São Paulo, filho de Carlos Augusto de Moraes Andrade e Maria Luísa Leite Moraes Andrade, Mário de Andrade graduou-se no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.  Seu ofício com literatura se iniciou cedo com críticas redigidas à  veículos de comunicação.  Durante sua vida, Mario foi professor de piano,  músico,  crítico em revistas e jornais,  romancista, compositor, poeta, pesquisador e contista.  Além disso, fundou a Sociedade de Etnografia e Folclore, trabalhou em diversos cargos públicos, como por exemplo, diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo. Também, viajou pelo Brasil todo para conhecer e fazer pesquisas, ou seja, descobriu canções populares,  lendas,  músicas indígenas, festas religiosas e outros.  Mário lecionou durante um período de tempo na  Universidade do Distrito Federal ( Rio de Janeiro )  e operou vários cargos públicos relacionados à cultura, participando também de importantes revistas modernistas como: "Klaxon",  em que publicava poemas e críticas ao âmbito artístico," Estética" e "Terra roxa e  outras terras".
Mario de Andrade ganhou reconhecimento literário por ter participado do Modernismo no Brasil, ajudando a organizar a  Semana da Arte Moderna de São Paulo,  que ocorreu do dia 13 à 18 de fevereiro do ano de 1922 no  Teatro Municipal de São Paulo,  quando publicou um livro que marca o início do novo movimento:  Paulicéia  Desvairada.  No livro, Mario faz uma análise da sociedade paulista do início do  século XX,  que passava por um período de transição, se tornando cada vez mais urbana.  Apesar disso, sua obra mais importante foi  Macunaíma,  que retrata o povo brasileiro sem tentar heroizá-lo.


Arquitetura da Casa




Na década de 20, a casa era considerada simples e de alguém de poucas posses, possuindo um caráter diversificado de arquitetura. No jardim, uma estátua de metal com 300 quilos e sete metros de altura do artista decora e ornamenta a parte externa da casa. A obra foi realizada a partir de um desenho do Mario feito pela Beatrix Scherman (norte-americana). O desenho faz parte atualmente do acervo do Instituto de Ensino Brasil-Estados Unidos (IEB) (Instituto de Estudos Brasileiros). 
Logo na entrada, o visitante visualiza uma escultura que imita seus óculos redondos e um armário com muitos objetos pessoais quer pertenciam a Mario, como por exemplo sua  carteira de trabalho,  um caderno de finanças e seus documentos eleitorais. Mais para frente, a esquerda da entrada, há uma grande sala com várias cadeiras, local onde ocorre os principais eventos ainda hoje. 
Ainda no primeiro andar, há uma biblioteca onde Mario tocava e dava suas aulas de piano. Neste mesma sala há livros arquivados em uma grande estante (disponíveis para leitura), um piano no centro e desenhos de partituras, como papéis de parede. Porém, é importante citar que os livros presentes não pertenciam à coleção original, são na realidade obras ligadas ao Mario e aos modernistas. Sem sair do primeiro andar, encontramos uma outra sala (próxima a biblioteca) com diversos retratos das fases de Mario; Vídeos feitos por ele em visita ao  Peru, a Bolívia, a Minas Gerais e a Belém.   Um programa feito durante a Semana de Arte Moderna; E postais enviados para ele por amigos. 

Restauração
A mãe de Mario, Maria Luísa, inicialmente comprou três sobrados, um ao lado do outro. Ela moraria na primeira, o seu filho mais velho na segunda e na terceira seu filho do meio quando ele se casasse, o que nunca chegou a acontecer. Mario morou com sua mãe, prima e tias até quando resolveu ir para o Rio de Janeiro.
Até então apenas a primeira casa das três foi, obtendo melhorias tanto na parte interna quanto na parte externa da mesma. Dessa forma, até as calçadas e os canteiros foram restaurados. O prédio foi inteiro pintado e os pisos, forros e a fiação elétrica foram todos trocados. O piano e a estante de livros que Mario usava para dar aulas também foram restaurados e atualmente são expostos na casa.

Mario faleceu de um ataque cardíaco, vítima de um enfarte do miocárdio,  aos 51 anos,  em São Paulo,  no dia 25 de fevereiro do ano de 1945, e foi enterrado no  Cemitério da Consolação,  localizado na região central da cidade de São Paulo.




Cemitério da Consolação