Centro Cultural da Caixa Econômica
Praça da Sé, 111 - até 20 de abril de 2014
O cartão-postal surgiu em 1869 no Império Austro-Húngaro e foi introduzido no Brasil em 1880, disseminando-se na sociedade urbana ocidental no bojo do desenvolvimento do turismo. As condições de reprodutividade técnica alcanças com os processos lito e foto-mecânicos viabilizaram a boa qualidade das imagens a preços baixos.
O formato portátil associando mensagens e estímulos visual garantiu ao cartão-postal sua pronta aceitação como souvenir de viagens. Os primeiros cartões, ainda litográficos, traziam a expressão Grus ( "lembrança de ") gravada como elemento decorativo e de moldura da imagem, ou seja, explicava a sua vocação para souvenir.
A prática do colecionismo privado rapidamente reconheceu no souvenir postal as qualidades que habilitavam a item de coleção.
As editoras produziam postais em séries numeradas, temáticas, atributos extremamente atraentes aos colecionadores.
O conjunto de cartões-postais produzidos por Werner Haberkorn nos permite visualisar o processo de crescimento de São Paulo, sua modernização e verticalização nos anos 1950.
Um registro marcante da década que mudou as feições da cidade.
Viaduto Santa Ifigênia - 1950
Vale do Anhangabaú
Viaduto do Chá
Av. São João
Av. São João
A Fotolabor, empresa fundada pelo alemão Werner Haberkorn em 1940, foi ao lado da Fotopostal Colombo, uma das maiores editoras de postais fotográficos em São Paulo na década de 1950. A industrialização dos papéis fotográficos na técnica "papel-revelação" permitiu a produção dos chamados cartões -postais fotográficos. Ou seja, não se tratava de uma técnica de impressão que dependia de tintas e matrizes, mas da cópia de negativos em papéis fotográficos no tamanho postal (9 x 14 cm). Com o intuito de agilizar o processamento dos postais fotográficos, Haberkon projetou uma máquina capaz de automatizar as etapas de ampliação, corte e revelação fotográficas. O trabalho com os postais rendeu o sustento da família Haberkorn por pelo menos duas décadas, de 1940 a 1960, quando a Fotolabor encerrou a produção de postais.
"Foi em 1942 ou 1943 que nós começamos a fazer esse negócio de cartão-postal. Eram postais de cidades, hotéis, estâncias, esse tipo de coisas. Fui eu mesmo quem projetou as máquinas de processamento dos postais. Eram máquinas automáticas, que trabalhavam com papéis em rolos no tamanho quatorze centímetros. Esses rolos entravam certinhos na máquina que projetei : bastava colocar os negativos e ligar.Estava tudo próximo, a máquna de revelação, lavagem, fixagem ... e isso era a nossa fábrica."
Wener Haberkorn