quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Carnaval de São Paulo






Carnaval de São Paulo diz respeito a uma festa de momo  realizada na cidade de  São Paulo,  no estado brasileiro homônimo.  É composto pelo desfile das  escolas de samba no sambódromo Anhembi,  bailes em clubes e blocos de rua. Atualmente, é considerado um dos maiores e mais importantes eventos populares do Brasil.

História

O Carnaval teve sua origem ligada a manifestação do entrudo, que era uma brincadeira onde as pessoas atiravam água e outros líquidos entre si, existente desde o século XV. A partir dai ele se desenvolveu e tomou formas diferentes nos diversos lugares em que se disseminou e floresceu. Em São Paulo, sob forte influência das populações que migravam do campo para a cidade e com o contexto da crise da economia cafeeira, foi a população resultante do êxodo rural causado pela crise do café que desencadeou o início do Carnaval paulistano .

As comemorações carnavalescas e o próprio  samba  diferiam um pouco da cidade do Rio de Janeiro para a cidade de São Paulo, exceto por uma nítida diferença de andamento da candência do som, ou seja, a grosso modo, de velocidade, de tempo da música. O sambista paulista, acostumado à árdua vida nas lavouras de café e migrando para a cidade para realizar o trabalho operário, fazia o que  Plínio Marcos  denominou de "samba de trabalho, durão, puxado para o batuque", contrastando com o lirismo e a cadência do samba carioca. Além disso, o samba paulistano era decisivamente influenciado por outros ritmos fortemente percussivo, como o jongo-macumba,  também conhecido por Caxambú. Data dessa época o início da relação entre o Carnaval e o direito: a repressão policial sofrida pelos sambistas, feita de forma dura e sem critério. Os sambistas, não só no Carnaval, mas durante todo o ano, eram vistos como marginais e duramente perseguidos pelas autoridades. Na periferia marginalizada de uma São Paulo em construção, o som dos batuques anunciava uma cultura imigrante que mais tarde influenciaria a cultura brasileira de forma definitiva.



Na data de 1885,  ocorreu a primeira intervenção da Prefeitura Municipal de São Paulo no Carnaval, promovendo o primeiro desfile carnavalesco dos cordões existentes à época. Os cordões por longo tempo definiram a musicalidade da população operária paulistana, e neles é que se desenvolvia o samba paulistano. No entanto, as manifestações carnavalescas das classes menos abastadas, de forte influência negra, eram praticamente ignoradas pela grande imprensa da época, bem como pelo poder público, que por vezes as reprimia extensivamente.


Em 1914, foi criado o Cordão da Barra Funda, por Dionísio Barbosa,  sendo este cordão um ancestral da  Camisa Verde e Branco.  Ele morou no Rio de Janeiro, onde teve contato com as bandas militares e com carnavalescos que eram populares no século XX, só que os cordões carnavalescos paulistanos exibiam características peculiares. Na frente dos cordões vinha o Baliza, personagem responsável pela execução do malabarismo com bastões para abrir caminho para os demais componentes passarem por ali, além disso, ele também defendia o estendarte do grupo. As características musicais eram a batucada, que ficava responsável pelo ritmo e era executada através dos instrumentos de percussão e sopro, dando destaque ao bumbo, e o choro, que ficam responsáveis pelo acompanhamento melódico e harmônico, além disso também tinha os instrumentos de corda. Destacaram-se posteriormente outros como, Geraldinos, Mocidade do Lavapés, Ruggerone e Campos Elyseos, os maiores da cidade até então.


Carnaval de rua




O carnaval de rua é uma das mais antigas manifestações culturais de São Paulo, sendo que o registro mais antigo de sua realização data de uma ata da Câmara Municipal de  13 de fevereiro de 1604,  quando ainda era chamado de Entrudo. Desde então foi realizado nas ruas paulistanas, apesar das autoridades provinciais tentarem proibi-lo em 1832.
Por conta do entrudo consistir no arremesso de frutas e água de cheiro nos seus participantes, foi se tornando violento e proibido em São Paulo em 1832. Porém, as autoridades só conseguiram terminar com o entrudo ao participar da organização dos desfiles de carnaval em 1856, quando eles tomaram a forma parecida com a atual.
O carnaval de rua, ou blocos de rua, em São Paulo cada ano vem crescendo cada vez mais, trazendo com ele uma dimensão cultural, turística e simbólica enorme, além de importância histórica e artística. Esses tem se tornado tradição aos amantes do carnaval nos últimos anos.
É considerado carnaval de rua todo conjunto de manifestações carnavalescas voluntárias, sejam organizadas ou não, sem finalidade lucrativa e de cunho festivo, que ocorrem na forma de "blocos", "cordões", "bandas" ou semelhantes.
Esses blocos são realizados na própria cidade de São Paulo, em circuitos urbanos notáveis, como grandes avenidas, ruas e praças, acompanhados de carros de som, bandas e com diversos instrumentos de percussão.  Possuem nomes bastantes característicos, trazendo trocadilhos e frases marcantes para agitar ainda mais esse clima de folia nessa época do ano, como por exemplo "Quem me viu Mentiu", "Meu Santo é Pop" entre outros. Não faltou opções de estilos e públicos nos blocos deste ano que conteve blocos com música eletrônica, sucessos dos anos 90, discursos políticos e feministas.
No ano de 2017, 391 blocos de carnaval desfilaram em São Paulo entre os dias 17/02 e 05/03, trazendo multidões às ruas para celebrar essa famosa época do ano.  Junto disso, mostram sua evolução como manifestação carnavalesca. Eles começaram com carrinhos com caixa de som puxados por amigos do bairro local, e agora criaram estrutura de empresa para receber patrocínio e assim fazerem festas na rua com trio elétrico, segurança e músicos profissionais. Há quem seguiu esse caminho apenas para oferecer uma estrutura melhor para uma festa em que cresceu. Em relação ao crescimento, em 2016, segundo pesquisa realizada pelo "Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris", o total do público para o carnaval de rua, estima que a quantidade de turistas passou de 3% para 10% do público total da folia. A pesquisa também avalia a quantidade de paulistanos que hospedaram parentes e amigos de fora da cidade em suas casas no período do carnaval, sendo um aumento de 388% para aqueles que foram para curtir o carnaval de rua. Mas alguns blocos já pensam na folia como um negócio, tanto da parte organizacional do bloco em si como todos os ambulantes vendedores que não ficam de fora dessa. Um exemplo do crescimento deste tipo de carnaval foi pelo bloco "Tarado ni Você" com repertório de  Caetano Veloso,  que mostra a diversidade do estilo musical nesta festa, o crescimento deste bloco foi exponencial: de sete mil em 2014, pulou para cerca de vinte mil em 2015, quarenta mil em 2016 e em 2017 a estimativa dos fundadores é de que até setenta mil pessoas estiveram no bloco. Apesar do créscimo dos blocos, muitos ainda resistem a esse crescimento e procuram manter sua base como pequenos blocos, denominados "bloquinhos", em que não visam lucrar ou crescer mas sim preservar algo mais íntimo, em busca do público "família", de poucos problemas ou apenas tentando manter a liberdade dos cortejos pelas ruelas de bairros.
Uma pesquisa feita pela São Paulo Turismo divulga que os bloquinhos obtiveram 200% de participantes a mais em relação ao ano de 2016.]A grande marca de foliões trouxe consigo também grandes casos de furto. A Polícia registrou quase 2 mil casos de furtos e roubos de celulares nos blocos de SP, sendo os principais lugares o  Centro de São Paulo e em Pinheiros. Para aqueles que pensavam que a folia não teria fim, houve diversas confusões e brigas pós bloco por conta da multidão continuar no local do mesmo após término. A polícia teve de utilizar bombas de efeito moral por conta da violação com o combinado de limite para o barulho e ocupação em áreas residencias, como no Centro de São Paulo.
Os blocos ainda agitaram a grande cidade em seus transportes públicos, com a grande ocupação e até mesmo alternação de percurso. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tomou conta do monitoramento e fechamento dos itinerários e arredores dos blocos, impossibilitando o tráfego de automóveis e fazendo jus ao nome de "carnaval de rua". 
Com uma demanda grandíssima os blocos tiveram que ir em busca de patrocino, o que foi o caso do bloco “To de Bowie” , estabelecido no centro de São Paulo e reunindo mais de 40 mil participantes.
O caso mais evidente de patrocínio são as marcas de cervejas, que estão presentes em todos os blocos de rua, como retorno essas podem divulgar sua marca em abadas dos próprios blocos ou ate nos carros de som.
O bloco de carnaval mais famoso em São Paulo, em 2017, foi o Bloco Casa Comigo, localizado no Largo da Batata. Neste bloco, houve a presença de mais de 700 000 foliões, dentre o seu objetivo principal era o incentivo a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais, terem o direito de dizer 'Casa comigo?'.Contudo, foi notável a quantidade de pessoas que usaram fantasias de casamento ou até mesmo, o famoso véu.