Essa é uma pergunta legítima e que pode começar a ser justificada pelo fato de que desde a chegada da abstração no Brasil, no começo de 1950, é difícil encontrar cores tão vibrantes e variadas - cores tão artificiais na pintura. A dúvida também pode aparecer, porque suas combinações são inusitadas, raras até na produção prévia de Tomie Ohtake, como as pinturas que traziam quase sempre alguma área mais discreta ao olhar ( um fundo de cor neutra, uma área sem contrastes).
Esse conjunto chama a atenção para um aspecto pop da obra da artista, como se suas cores sintéticas refletissem uma parcela de cultura do momento.
Como poderia a onda hippie e ácida entrar em seu silencioso ateliê ?A psicodélia da época poderia se misturar com as associações feitas com a artista nipo-brasileira que deixou, principalmente em São Paulo, tantas obras maravilhosas.
Manoel de Brito, São Paulo 12 de fevereiro de 2015.