quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Carlos Bracher - retrospectiva apresenta quase seis décadas de carreira em telas que transbordam intensidade

Pinceladas dramáticas


Parte do ateliê instalado logo na entrada do Centro Cultural do Banco do Brasil convida o visitante a conhecer um pouco da intimidade de Carlos Bracher. Além de exibir objetos pessoais, como um sofá e uma TV, o local revela os discos que o artista plástico mineiro, de 74 anos, ouve enquanto está pintando. As canções de Bach, Beethoven e Verdi são tocadas nas salas da exposição e funcionam como trilha sonora da  retrospectiva Bracher - Pintura & Permanência, que apresenta noventa obras realizadas ao longo de seus quase sessenta anos de carreira. As pinceladas dramáticas, marca de sua produção, aparecem nos mais diversos temas. Das  naturezas-mortas aos retratos, passando pelas paisagens, muitas delas de seu estado natal, como Panorâmica de Mariana ( 2005 ). Sem o bucolismo com que Minas Gerais costuma aparecer nas telas, Bracher deixa transparecer intensidade até quando pinta cenas banais. Os grossos e expressivos traços são especialmente interessantes quando  dedicados a reproduzir as linas de Brasília, imprimindo vivacidade ao cenário tradicionalmente frio.
A caprichada montagem conta ainda com uma reprodução da residência onde ele cresceu, um oásis artístico em Juiz de Fora, e uma sala interativa.Nela, um computador transforma o movimento corporal do público em coloridos digitais.