Portão 3 - Parque do Iibirapuera - setembro/2012
Cercando a história : Adriana Varejão
Quando o assunto é arte contemporânea brasileira, o nome de Adriana Varejão está sempre entre os primeiros da lista.
Para saber por quê, basta percorrer a sequência de espaços em que a Grande Sala do MAM se transformou para acolher História às margens, a primeira retrospectiva da artista carioca em São Paulo.
A trajetória de Adriana varejão começa na pintura, nos anos 1980, na Escola de Artes Visuais do Parque Laje, no Rio de Janeiro. Com o passar do tempo, sua pintura foi ganhando materialidade e tridimensionalidade, transformando-se primeiramente em corpos, depois em instalações e por fim em espaços.
Disputada em leilões internacionais, debatida intensamente pela crítica, mas ainda pouco conhecida do público brasileiro, a arte de Adriana Varejão é, sem dúvida alguma, forte. Sua força se deve aos artifícios que a artista utiliza para contar histórias, sejam do Brasil, sejam da arte brasileira.
Essas histórias são narradas com carne, sangue e vísceras, que irrompem em cenários que mimetizam painéis painéis de azulejos, nos quais tudo deveria estar na mais perfeita ordem.
Esses painéis tão frequentemente empregados em construções portuguesas dos séculos XVII e XVIII - e n arquitetura do Brasil colonial - parecem não conseguir conter a verdadeira matéria de que são feitos : violência e exploração, crueldade e sofrimento.
Adriana varejão cerca a história ao expor feridas que parecem nunca cicatrizar, e por isso persistem em incomodar.
Figura de convite III - 2005 - óleo sobre tela |
Azulejaria verde. Óleo sobre tela e poliuretano em suporte de alumínio e madeira |
Prato com mariscos - óleo sobre fibra de vidro e resina