Faltam adjetivos que contemplem essa tão importante casa que recebe o nome de Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisas biomédicas do mundo.
Sua origem é um tanto curiosa. No final do século XIX, São Paulo já era uma cidade de grande porte com problemas proporcionalmente iguais ao seu tamanho. Por isso em 1889, preocupado com o avanço da peste bubônica, o governo do estado tratou de providenciar a desapropriação de uma fazenda nas margens do rio Pinheiros, a cerca de nove quilômetros do centro da capital paulista. Aproveitando o terreno desse local, iniciou-se a organização de um laboratório onde fosse possível fazer pesquisas e também, desenvolver e fabricar medicamentos.
Adolfo Lutz, nomeado diretor do Instituto na época, passou essa responsabilidade ao seu assistente Vital Brasil, especialista em saúde pública. Os dois já haviam trabalhado juntos em 1897 na cidade de Botucatu?SP e no Insituto Bacteriológico de São Paulo ( atual Adolfo Lutz).
Exatamente por esse fator, os médicos sanitaristas designados para tal responsabilidade, pois naquela época o laboratório que seria erguido no terreno da Fazenda Butantan, era vinculado ao Instituto Bacteriológico, também uma instituição pública estadual.
DA SERPENTE AO SORO
Em pouco tempo, o Instituto Butantan se tornaria uma importante referência em pesquisa e desenvolvimento de soros antiofídicos. Lá foram desenvolvidas vacinas contra tétano, variola, desinteria, tifo e tuberculose. Além disso, especializou-se nos estudos de sorologia para picadas de animais peçonhentos, como lacraias, aranhas, escorpiões e carrapatos, além de venenos de cobra.
No começo de 1901, o entã Instituto Serumtherápico do Estado de São Paulo foi promovido a instituição autônoma.
Vital Brasil investiu na ampliação das atividades do Instituto .
Exatamente nesse período, surgiram pesquisas vanguardistas e inovadoras cujos resultados eram excepicionais para a época. Apenas dois anos após a sua fundação, em 1903, produziu-se a partir do Piroplasma vitalli ( parasita do sangue dos cães) o soro antiofídico. Assm, o Insituto Butantan obtinha prestígio e credibilidade no exterior. Para se ter uma idéia, atualmente, mais de 80 % dos soros e vacinas disribuídos no Brasil são produzidos lá.
Revista do Historiador - edição 182