Casas mantém viva a lembrança dos Moradores
Revista do Historiador - edição 175 -
Em meio à selva de pedra, em São Paulo, casas de valor histórico, seja por sua arquitetura ou pelos moradores que abrigaram, resistem ao tempo, à verticalização e à especulação imobiliária, abrindo suas portas para visitação do público para que se possa conhecer não apenas a construção em si, mas também o estilo de vida de seus antigos propiretários, entre eles artistas, políticos e outras figuras públicas.
Foram selecionadas algumas dessas casas, que um dia abrigaram personalidades importantes da capital paulista e hoje são casas-museus, abertas para visitação.
Um marco na arquitetura paulistana, a Casa de Vidro foi construída em 1951 pela arquiteta Lina Bo Bardi, no bairro do Morumbi, até então uma região pouco habitada de São Paulo.
Ali ela viveu com o marido, Pietro Bardi, até sua morte, em 1992. O imóvel guarda um vasto acervo que inclui móveis, obras de arte, documentos, mais de 17 mil fotografias e cerca de 7.500 desenhos de Lina.
Tombada pelo Condephat e Iphan, a casa é um exemplo do modernismo e no local funciona a sede do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi. Em 2014, Lina completaria 100 anos de vida: para celebrar a data previstas inúmeras exposições.
Casa Ema Klabin
Rua Portugal, 43 - Jardim Europa
Localizada no bairro Jardim Paulistano, a antiga residência de Ema Gordon Klabin guarda obras de arte européia, arte oriental, além do mobiliário original.
Esse acervo de mais de 1.500 obras, adquiridas a partir de 1940, faz parte da fundação que hoje é abrigada na casa, projetada na década de 1950 e construída em um terreno de mais de 4.000 m2. O imóvel foi o lar de Eva a partir de 1961. Exemplo da arquitetura clássica modernizada, a casa foi inspirada no Palácio de Sanssouci, do rei da Prússia.
Casa de Guilherme de Almeida
Rua Macapá, 187 - Pacaembú
A casa de Guilherme de Almeida, conominado Príncipe dos Poetas Brasileiros, um dos mentores do movimento modernista no Brasil, morou em uma casa , no bairro de Perdizes, entre 1946 e 1969. Dez anos após sua morte, a residência do poeta, tradutor, jornalista e advogado se tornou um museu onde estão pinturas, gravuras e esculturas de artistas como Tarsila do Amaral, Lasar cegal, Anita Malfatti, Victor Brecheret e Di Cavalcanti.
Outros destaques são a biblioteca, o arquivo fotográfico e a hemeroteca do poeta que participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922 e da Revolução Constitucionalista de São Paulo, dez anos depois.
Casa do Escultor de Vitor Brecheret
Rua Bolívia, 370
A casa onde viveu o escultor Victor Brecheret abriga hoje a fundação Escultor Victor Brecheret, criada para preservar e divulgar os trabalhos do artista, que tem obras espalhadas por toda a capital paulista, como o Monumento às Bandeiras.
Construída em 1936, a residência é um projeto assinado por Gregori Warchavchik, autor da primeira casa modernista de São Paulo. Mas na verdade a planta foi criada por Brecheret, que não pode assinar o documento , por não ser arquiteto.
A ex-residência do escultor fica na região dos Jardins e guarda esculturas e estudos do artista.