Construído entre 1911 e 1924, o Palácio das Indústrias, em São Paulo, obra do escritório Ramos de Azevedo, inicialmente seria um espaço para exposições da indústria e agropecuária. Mas ao longo dos anos, seus oito mil metros quadrados foram sendo ocupados por outras atividades. O prédio foi delegacia de polícia, prefeitura e até prisão. O tempo também trouxe danos e deteriorações a suas estruturas.
Sob o risco de ser demolido em 1982 a construção foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico - CONDEPHAAT.
Começou então uma obra de restauração, até que em 2009 o prédio retornou sua função inicial e se tornou a sede do Catavento, museu de ciência e tecnologia, um espaço de exposição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
O sino de 50 quilos, que traz gravada em seu corpo a data de 1922 e foi fabricado pela empresa Fundição Artística Paulistana Angelo Angeli, conhecida na época por fabricar sino para igrejas, é um dos comtemplados com a recuperação.
Posicionado no campanário do Palácio das Indústrias, ele ganha novo mecanisco eletromecânico, com o qual é possível facilmente regular o número de batidas.
Seu fabricante participou da Primeira exposição Insdustrial da Cidade de São Paulo, em 1917, sediada no Palácio das Indústrias.
Já o relógio, provavelmente devido a trincas, teve os vidros originais do mostrador trocados por outros de material inferior. Com o restauro, foi colocado vidro alemão opalina, voltando à qualidade do usado originalmente. Um novo mecanisco eletromecânico, responsável pela movimentação
dos ponteiros, foi fabricado. O mecanisco original está exposto na seção Engenho do Catavento. Não é possível determinar exatamente quando o sino e o relógio deixaram de funcionar, justamente pela multiplicidade de usos pela qual passou o edifício.
Revista do Historiador - edição 174