Centro Cultural do Banco do Brasil
até 7 de julho de 2014.
A retrospectiva é a primeira mostra em comemoração do centenário do melancólico Iberê Camargo ( 1914-1994).
Na seleção, focada em seus últimos cinco anos, há 145 obras produzidas entre as décadas de 40 e 90. Sua desilusão com a vida fica clara na série As Idiotas, exposta no 3 andar. Nela, personagens em tons roxos, de corpo caído e expressão débil, são retratados em fundos de cores semelhantes. Impressiona a escala das telas, considerando que Iberê beirava os 80 anos na época - As idiotas (1991), por exemplo, tem 2,5 metros de largura.
Seus carretéis também estão lá. A sobreposição de tintas marrons, cinza, branca e pretas faz com que as formas só sejam perceptíveis devido à força das pinceladas.
No subsolo, encontram-se rascunhos e gravuras, um passeio pelo processo criativo de um artista genial e solitário, que entrou para a história isolado em seu ateliê.
Ao longo de sua vida, Iberê Camargo exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual. Entre várias outras atividades, destaca-se sua participação na organização do Salão Preto e Branco, em 1954, e, no ano seguinte, do Salão Miniatura, ambos realizados em protesto às altas taxas de importação de material artistíco. O artista ainda leciona, no ano de 1970, na Escola-Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Ciclistas
" SE NÃO EXISTISSE O LUGAR COMUM SERÍAMOS TODOS MUDOS"
Iberê Camargo
rascunho do artista, no subsolo do Centro Cultural do Banco do Brasil