sábado, 19 de abril de 2014

Tomie Ohtake

Instituto Tomie Ohtake



Quando entramos na sala com 25 litogravuras feitas por Tomie Ohtake, em 1972, tendo boa parte delas sido apresentadas pela primeira vez em Veneza, na  mostra Gráfica D'Oggi, logo podemos estranhar a quantidade e vitalidade das cores utilizadas e nos perguntar de onde elas sairam.

Essa é uma pergunta legítima e que pode começar a ser justificada pelo fato de que desde a chegada da abstração no Brasil, no começo dos anos 1950, é difícil encontrar  cores tão vibrantes e variadas - cores tão artificiais - na pintura. A dúvida também pode aparecer, porque suas combinações são inusitadas, raras até na produção prévia de Tomie Ohtake, como as pinturas que traziam quase sempre alguma área mais discreta ao olhar ( um fundo de cor neutra, uma área sem contrastes).

Esse conjunto chama a atenção para um aspecto pop da obra da artista, como se suas cores sintéticas refletissem uma parcela da cultura material do momento.

Como poderia a onda hippie, flúor e ácida entrar em seu silencioso atelie ? A psicodelia da época poderia se misturar com as associações à filosofia zen usualmente feitas com a artista nipo-brasileira ?