Alguns dos vitrais mais preciosos da capital passaram por restauração nos últimos anos.
1 - Mosteiro de São Bento :
Instalada a cerca de 20 metros de altura, a imagem de uma santa enfeita o altar do Mosteiro de São Bento, no centro antigo da capital. Quem vê de longe tem dificuldades de perceber os detalhes, como os anjos ao seu redor e as outras figuras que a circulam. Escuro e sóbrio, o vitral é o ponto da decoração da igreja e retrata a cena da Assunção de Maria, ou seja, o momento em que a Virgem subiu aos céus. Na opinião de vários especialistas no assunto, como José Eduardo de Assis Lefèvre, professor de arquitetura da USP, é uma das mais valiosas peças do gênero existentes na cidade.
Boa parte dos trabalhos foi produzida ao longo do século passado pela Casa Conrado, empresa fundada em 1889 pelo alemão Conrado Sorgenicht. No total são mais de cinquenta conjuntos feitos pela fábrica. Muitas dessas preciosidades sofreram com a falta de manutenção. A situação infelizmente, começou a mudar nos últimos anos. O próprio Mosteiro de São Bento, que passa no momento por uma grande reforma, deve iniciar até o fim do mês de novembro-2013, a restauração de seus painéis, incluindo o da Assunção de Maria. O trabalho deve terminar em 2015.
Mosaico religioso : Encravado no coração do centro antigo da capital, o Mosteiro de São Bento guarda um belíssimo conjunto de vitrais alemães, do início do século XX.
Dentro da Basílica de Nossa Senhora da Assunção, a igreja principal do complexo, quatro obras se destacam. A direita do presbitério, encontra-se um painel que retrata a morte de São Bento, do lado oposto escondido pelo órgão, há um desenho sobre o Rei Davi. Na entrada do templo, um imenso mosaico reúne os quatro evangelistas ( Mateus, Marcos, João e Lucas), simbolizados por animais. Com 101 anos, a igreja passa por um restauro completo.
2 - Catedral da Sé : Uma das maiores igrejas em estilo neogótico do país, a Catedral da Sé possui uma variada coleção de vitrais.
O destaque fica com a grande rosácea da fachada, em cujo miolo se encontra o brasão do Estado de São Paulo. As laterais da igreja são adornadas com duas fileiras de desenhos variados, sempre com temas religiosos.
Como a construção do templo durou cerca de quarenta anos, algumas vidraças foram produzidas pela Casa Conrado e outras importadas da Itália.
3 - Palácio da Justiça - Símbolos da Justiça : Entre balanças, tochas e deusas da mitologia grega, os vitrais do Palácio da Justiça, na Praça da Sé, falam sobre histórias e a filosofia do direito. As vidraças espalham-se por diversos pontos do edifício neoclássico, projetado por Ramos de Azevedo, a partir de 1911 ( a inauguração, no entanto só ocorreu em 1933). Ao longo das duas escadas laterais, confeccionadas com mármore de Carrara, as janelas com os mosaicos acompanham os quatro lances de escada.
No teto, a luz natural ilumina a claraboia em formato de leque.
O Plenário do Júri e a sala da Plenária também são adornados com diversas imagens, como a de Têmis, a deusa da Justiça. Todas as peças foram produzidas pela Casa Conrado.
O Palácio é aberto a visitação mediante agendamento prévio.
4 - Mercado Municipal :
Cenas Campestres : Na década de 30, quando o Mercado Municipal estava sendo construído, o Rio Tamanduateí funcionava como uma espécie de estrada fluvial por onde os produtores traziam suas mercadorias para vender no centro da cidade. Encarregado da confecção dos vitrais do prédio, o alemão Conrado Filho percorreu as margens do rio para fotografar as cenas campestres dos agricultores da região, As imagens acabaram transpostas para nove painéis, quatro deles dispostos na fachada que dá para a Rua da Cantareira. Na última grande reforma pela qual o Mercado passou, em 2004, os desenhos foram restaurados.
5 - Casa das Rosas
Projetada pelo escritório de Ramos de Azevedo para ser a residência de uma de suas filhas, Lúcia Ramos de Azevedo, a mansão da Avenida Paulista foi adornada com diversas preciosidades, entre elas um vitral de 1934, que ilumina a escadaria de mármore.
Mais um exemplar da parceria entre o famoso arquiteto e a Casa Conrado, a vidraça leva o desenho de um jardim - muito similar ao da propriedade, cujo nome é uma referência ao roseiral que lá se encontra. Habitada pelos descendentes de Lúcia até 1986, a casa foi tombada pelo Condephaat e hoje funciona como Casa das Rosas - espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.