O CENTRO DA CIDADE de São Paulo, o velho centro, com suas toneladas de concreto e ferro, asfalto, rodas e fios elétricos, faz parte da memória brasileira. Uma memória que está menos nas sinapses das lembranças no sistema nervoso, do que no afero de muito de nós.
Camadas e camadas de novas fazes que anunciam o " progresso " conseguiram encobrir um pouco o passado, mas não tiveram êxito - ainda - em destruir os sentimentos.
O local onde se vive são seus moradores, que dele se aproprieam fìsicamente ao passar pelas ruas, ao seguir para o trabalho, ao olhar pela janela de seus apartamentos. Sempre à mercê das vontades políticas, os objetos se transformam, seja na reforma das torres das igrejas, seja nos bancos de praça interditos ao sono dos miseráveis.
No entanto, no corpo de quem vive o local é que se instala a beleza de uma cidade, seu coração é que carrega as histórias, que talvez não sejam oficiais, mas que tornam a vida tão mais leve a ponto de desnudar as invencionices das fachadas.
Danilo Santos de Miranda
Vista geral do conjunto tomado pelo Teatro Municipal a esquerda, e os jardins fronteiriços - 1920 |
Monumento em homenagme a Carlos Gomes - Praça Ramos de Azevedo - 2012 |