terça-feira, 10 de maio de 2022

Sebastião Salgado

 



Início da vida e educação 

Salgado nasceu em 8 de fevereiro de 1944, em Aimorés, no estado de Minas Gerais, Brasil. Depois de uma infância um tanto itinerante, Salgado formou-se como economista,  obtendo um  bacharelado pela UFES, um mestrado pela universidade de São Paulo  no Brasil e um doutorado pela Universidade de Paris. 

Começou a trabalhar como economista para a  Organização Internacional do Café,  muitas vezes viajando para a África em missões para o Banco Mundial.

Fotografia 

Foi em suas viagens à África que ele começou a tirar fotos a sério. Ele optou por abandonar a carreira de economista e mudou para a fotografia em 1973, trabalhando inicialmente em reportagens antes de se voltar mais para o trabalho do tipo documental. Salgado trabalhou inicialmente com a agência fotográfica Sygma e com a Gamma,  com sede em Paris , mas em 1979, ingressou na cooperativa internacional de fotógrafos Magnum Photos.  Deixou a Magnum em 1994 e com sua esposa  Lélia Wanick Salgado  formou sua própria agência, a Amazonas Images, em Paris, para representar seu trabalho. Ele é particularmente conhecido por sua fotografia documental social de trabalhadores em países menos desenvolvidos.  Seu trabalho reside em Paris. 

Salgado trabalha em projetos auto-atribuídos de longo prazo, muitos dos quais foram publicados como livros: The Other Americas , Sahel , Workers , Migrations e Genesis . Os três últimos são coleções gigantescas com centenas de imagens de todo o mundo. Suas fotos mais famosas são de uma mina de ouro no Brasil  chamada de Serra Pelada.  Ele também é  Embaixador da Boa Vontade da Unicef  desde 2001. 

Entre 2004 e 2011, Salgado trabalhou no Gênesis, visando a apresentação das faces imaculadas da natureza e da humanidade. Consiste numa série de fotografias de paisagens e vida selvagem, bem como de comunidades humanas que continuam a viver de acordo com as suas tradições e culturas ancestrais. Este corpo de trabalho é concebido como um caminho potencial para a redescoberta da humanidade de si mesma na natureza. 

Em setembro e outubro de 2007, Salgado expôs na Embaixada do Brasil em Londres suas fotografias de trabalhadores do  café da Índia, Guatemala, Etiópia e Brasil.  O objetivo do projeto era conscientizar o público sobre as origens da bebida popular. 

Salgado fotografou a paisagem e as pessoas da floresta amazônica (Amazónia) no Brasil. 


Um dos mais renomados nomes da fotografia brasileira, Sebastião Salgado sempre se mostrou bastante preocupado com as causas ambientais, em especial com a Amazônia. Fruto do trabalho de sete anos (2013... 





Após ter terminado Gênesis, sua exploração fotográfica da natureza ainda intacta do nosso planeta, Sebastião Salgado orientou seu olhar em direção ao seu país natal, o Brasil, e mais precisamente a Amazônia. A fim de realizar esse novo projeto, ele passou longas temporadas junto com doze comunidades indígenas isoladas, navegou no gigantesco Rio Amazonas e seus afluentes e sobrevoou a densa floresta tropical com suas fronteiras montanhosas mais áridas. Foram sete anos de trabalho, ao término dos quais todas as fotos e imagens ficaram prontas. A mostra conta com curadoria de Lélia Wanick Salgado e comporta um total de 205 fotografias inéditas no Brasil.


A exposição Amazônia é patrocinada globalmente pelo Zurich Insurance Group que, desde 2020, é também patrocinador exclusivo do projeto de reflorestamento e biodiversidade no Brasil do Instituto Terra, liderado por Sebastião Salgado e Lélia Wanick Salgado. A mostra em São Paulo tem patrocínio master do Itaú e da Natura, empresas conectadas com a causa Amazônia, além das empresas Energisa e Banpará. Nesta edição, o projeto conta com Parceria Institucional do Sesc São Paulo.

Local: Área de Convivência

Horário: *Terça a sábado, das 10h30 às 21h (com entrada até as 19h30); Domingo e feriado, das 10h30 às 18h (com entrada até as 16h30). Até 31 de julho.










terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Aniversario de São Paulo

 São Paulo - 467 anos

 



Quando a Arte Conta a História

A história da fundação da Cidade de São Paulo pode ser contada a partir das mais diversas abordagens.
Para marcar os  466 anos da cidade, percorri o caminho de alguns  monumentos espalhados por São Paulo,  para desvelar o significado histórico que reside naquelas expressões artísticas.

Para tanto, escolhi  esculturas representativas de personagens e/ou situações, com as respectivas indicações de localizações, que contextualizassem a narrativa de fundação de São Paulo.

Pretendo  propor  o direcionamento de um novo olhar às referências artístico-históricas da Cidade, na consciência e amplitude de seus significados, tornando-se, assim, também, um descobridor da fascinante história desta Metrópole.

Em 1554, ocorre a fundação do Colégio dos Jesuítas, ao redor do qual iniciou-se o agrupamento de casas que deu origem ao povoado de São Paulo de Piratininga.

Alguns monumentos vão representar, justamente, os primeiros moradores daquele povoado.




1 - Bartolomeu Bueno da Silva

Foi mais um dos bandeirantes que ajudou a contar a história desta Cidade.
O Monumento ao Anhanguera, esculpido em mármore na cidade italiana de Gênova, pelo artista Luigi Brizzolara, e localizado na Avenida Paulista, em frente ao Parque Trianon, traz-nos um pouco das narrativas daqueles desbravadores.





Os tropeiros, também desbravadores, surgidos entre os séculos 17 e 19, viajavam no lombo de burros e mulas,  suprindo as necessidade de alimentos dos exploradores de minas entre as regiões Sul e Sudeste do País, colaborando com o desenvolvimento das cidades.

                                              

2-   Índio Pescador

Famoso monumento datado de 1928 cuja autoria é de Francisco Leopoldo e Silva, está jogado ao descaso na praça Oswaldo Cruz, no bairro do Paraíso, em São Paulo. O pobre índio está literalmente indefeso, já que sua vistosa   lança  desapareceu.
A obre é uma das inúmeras que enfrentam uma recorrente e lamentável situação : abandono e depredação. Em edições anteriores da APH já foi demonstrada, através de reportagens sobre o tema, a situação de calamidade em que peças artísticas do patrimônio público se Excluir palavra repetida
Além de depredados, realocados ou esquecidos, o descaso com monumentos infelizmente simboliza uma triste realidade : a de que a maior metrópole do Brasil não anda respeitando a sua própria história ultimamente.











3- Índio Caçador

Escultura a de João Batista Ferri, abrigada na Avenida Vieira  de Carvalho, reverencia aquele habitante, mostrando-o à espreita de sua presa.






4-  Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo

Criado por Amadeu Zani e instalado no Pátio do Colégio, homenageia os fundadores de São Paulo, retratando aspectos dos primeiros tempos da Vila :  a primeira missa, a catequese, a defesa da Vila pelo cacique Tibiriçá e a Guerra dos Tamoios.







5 Monumento ao Padre José Anchieta

Criado por Heitor Usai, localizado na Praça da Sé, que retrata um dos principais fundadores da cidade, também conhecido como o "Apóstolo do Brasil".






-  Largo São  Bento

Onde se encontra a Igreja de São Bento, guarda uma relação histórica diretamente vinculada aos  primórdios de São   Paulo. Naqueles tempos, ali estava vinculada a taba do cacique Tibiriçá, local que demarcava o limite do povoado que começava a se formar. O cacique Tibiriçá, prestou inúmeros e relevantes serviços à colonização paulista.






7-  Monumento às Bandeiras

Posterior à colonização, o desbravamento de sertões distantes - conhecidos por "bandeiras" - montou seu quartel general na cidade de São Paulo, de onde partiam essas expedições.
A obra  Monumento às Bandeiras, do escultor Victor Brecheret, localizada na Praça Armando Salles de Oliveira, no Ibirapuera,  destaca a grandiosidade do momento.






8-  Raposo Tavares 

Um dos bandeirantes, cuja rota de expedição destaca-se em um mapa naquela escultura, aparece representado no Monumento a Raposo Tavares, obra de Luigi Brizzolara, instalado no saguão do Museu do Ipiranga.








9- Fernão Dias

 Outro bandeirante, também representado no  Monumento a Fernão Dias, de Luigi Brizzolara, fazendo referência ao "Caçador de Esmeraldas".
A obra está localizada na área interna do Colégio Estadual  Fernão Dias Paes,  em Pinheiros.







10-  Monumento a Borba Gato

Obra que ressalta à vista por seu tamanho, foi criada pelo escultor Júlio Guerras.  Instalada em Santo Amaro, homenageia mais um dos bandeirantes que se notabilizou na história de São Paulo, cuja rota de expedição também é destacada no Monumento às Bandeiras.







11-  Índio com o Tamanduá

Instalada a Praça Marechal Deodoro, obra de Ricardo Cipicchia, que retrata aquele habitante dos Campos de Piratininga, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí - referência ao tamanduá, animal muito comum na região.







12 -  Obelisco da Ladeira da Memória

 Obra de Daniel Pedro Muller, primeiro monumento  instalado em São Paulo, marcava o ponto de chegada dos tropeiros que vinham do Sul e está localizado ao lado da Estação Anhangabaú do Metrô.






13 - 0 Monumento A Mãe Preta

 O período da escravatura é lembrado no monumento A Mãe Preta, de Júlio Guerra, instalado no Largo do Paissandú, ao lado da Igreja  Nossa Senhora do Rosário.
 É uma homenagem a todas as escravas que desempenharam o papel de amas-de-leite.





14 -  O Colhedor de Café

Os trabalhadores das antigas plantações de café são homenageados na obra O Colhedor de Café, de Lecy Beltran. O monumento, instalado na Avenida Nove de Julho, em frente ao Colégio Sacré Coeur, encerra este roteiro, ficando  o convite para que os leitores  embrenhem-se em outras possibilidades de recontar a história da cidade de São Paulo.









Nota do autor : Monumentos abandonados - até quando ?
                                                   
Adote uma obra  artística

Esse fenômeno não é exclusividade dos tempos atuais. Desde 1994, a Prefeitura de São Paulo, graças ao decreto nr. 34.511, criou o Adote uma obra artística, um programa que busca parcerias da iniciativa privada para conservação de obras e monumentos artísticos em espaços públicos. 
Em contrapartida, a empresa expõe a sua marca no espaço, valorizando a área e inibindo Excluir palavra repetida
Segundo a seção  Técnica de Levantamentos e Pesquisa do Departamento do Patrimônio Histórico - SMC - PMSP, mais 22 obras encontram-se em situações prioritárias, como é o caso do lago do Arouche. Somente nesta localidade, sete monumentos de autores diversos precisam urgentemente de apoio (Afonso  D'Escragnolle Taunay, Aureliano Leite, Augusto de Prima Porta, José Pedro Leite Cordeiro, Luiz Gama, Progresso, Vicente de Carvalho).
Outros marcos artísticos de São Paulo, como o Monumento ao Duque de Caxias de Victor Brecheret, Monumento à Independência e Amizade sírio-libanesa, de Ettore Ximenes, O ferroviário, de Ricardo Cipicchia e Giusepe Verdei, de Amadeo Zani, entre outros, também estão na lista, aguardando incentivo.
A relação completa e instruções de como participar do programa Adote uma obra artística estão disponibilizadas na página da internet da Prefeitura de São Paulo, na Seção  da Secretaria Municipal de Cultura, Departamento do Patrimônio Histórico.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Sociedade Esportiva Palmeiras




Sociedade Esportiva Palmeiras  conhecida popularmente como Palmeiras) é um clube poliesportivo brasileiro  da cidade de  São Paulo,  capital do estado homônimo. Foi fundado em  26 de agosto de 1914 e suas  cores,  presentes no escudo e bandeira oficial, são o  verde e branco.  O  vermelho,  presente desde sua fundação em  1914,  foi excluído durante a  Segunda Guerra Mundial,  por pressão do governo nacional, na mesma reunião que formalizou a mudança de nome de   Palestra Itália  para Palmeiras.





Tem como modalidade  esportiva  principal o  futebol,  com um dos times mais vencedores e que está entre as equipes com maior torcida do país. Seus títulos mais importantes conquistados no futebol são a  Copa Libertadores da América de 1999  e a  Copa Rio de  1951,  considerado na época como um  Mundial de Clubes  de futebo e reconhecido como tal pela  FIFA,  por meio do presidente da entidade, Joseph Blatters,  em agosto de 2014, sendo uma decisão do  Comitê Executivo da Fifa  de 7 de junho e por meio de documento encaminhado ao Ministério do Esporte do Brasil,  em novembro do mesmo ano. A entidade, no entanto, não reconhece a competição como um torneio FIFA e reforçou este posicionamento em outubro de 2017, quando reconheceu os vencedores da  Copa Intercontinental  como campeões mundiais, sem, também, promover a unificação da Copa Intercontinental com a sua  atual competição. 

O Palmeiras é a equipe brasileira com o maior número de títulos de abrangência nacional conquistados, sendo o único a vencer todas as competições oficiais que disputou criadas no País, inicialmente pela  Confederação Brasileira de Desportos (CBD)  e, a partir de 1980, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF),  O alviverde possui 14 conquistas deste porte, com destaque maior para seus dez títulos do  Campeonato Brasileiro  (atual recordista):   1960, 1967, 1969, 1971, 1973, 1993, 1994, 2016 e 2018. . Além destes campeonatos, o Palmeiras já venceu no país as  Copas do Brasil de 1998, 2012 e de 2015 dos campeões de 2000,  competições também organizadas pela entidade máxima do futebol brasileiro.

No Estado de São Paulo,  o Palmeiras também é um dos principais vencedores, com 23 conquistas do  Campeonato Paulista de Futebol  e mais dois títulos  extra  da mesma competição. Em  1996,  o alviverde conquistou o  estadual daquele ano  com a melhor campanha de uma equipe na era profissional neste campeonato. Na ocasião, foi campeão com 83 pontos ganhos em 90 possíveis, com um índice de aproveitamento de 92,2% dos pontos disputados e 102 gols marcados em 30 jogos realizados. Desde então, esta marca jamais foi alcançada por qualquer outra equipe na competição.

No mais recente  Ranking Nacional de Clubes da CBF,  que leva em conta o comportamento das equipes nas últimas cinco temporadas e que foi divulgado em dezembro de 2019, o Palmeiras é o primeiro colocado, com 16 640 pontos. No último ranking da confederação que levou em conta um período histórico mais abrangente do futebol brasileiro e que foi divulgado em 2011, o Palmeiras foi o líder, com 2 366 pontos.

Em 2005, no dia 11 de outubro,  foi sancionada na cidade de São Paulo a Lei n.º 14.060, que definiu o dia 20 de setembro  como o "Dia da Sociedade Esportiva Palmeiras", que passou a ser lembrado anualmente na capital paulista, já que passou a integrar o Calendário Oficial do Município.

Sociedade Esportiva Palmeiras

     




    quinta-feira, 8 de outubro de 2020

     


    Lassú Bar e Ristorante com bar giratório e vista panorâmica da cidade de São Paulo

    Lá de cima se tem uma vista única, deslumbrante e acolhedora da cidade de São Paulo, terra de costumes miscigenados pela migração e imigração. Cidade que recebeu e integrou-se à cultura italiana, apaixonando-se por sua democrática cozinha.

    Abraçado por esta grande metrópole, o Restaurante “Lassù” – que, no idioma italiano, significa “Lá em cima” – integra os sabores e a hospitalidade das culturas italiana e brasileira





    O charmoso Bar é voltado para um disco giratório que privilegia os clientes com vários ângulos de uma ampla vista de 270°, Pico do Jaraguá, Campo de Marte e todo o espigão da Av. Paulista, Parque da Juventude até a Serra do Mar. As laterais fixas são intimistas, aconchegantes e notáveis pela disposição dos lugares que também se integram ao ambiente externo.




    No térreo do imponente Edifício K1, o cliente é recepcionado com serviço de vallet, e apresentado ao “Espaço de Arte LASSÙ”, que o conduz ao 28º andar, por meio de elevador exclusivo. Esta galeria abre espaço para a expressão e valorização de distintas culturas da cosmopolita São Paulo, através das artes plásticas e da fotografia.



    A COZINHA DO LASSÙ

    A cozinha do Lassú apresenta receitas italianas com valorização de ingredientes brasileiros. As escolhas de produtos de excelência são primícias para o chef Lucas Figueiredo Campos, com o desafio de executar um cardápio que integre as culturas Itália/Brasil. O profissional é formado em Gastronomia, e teve experiência como cozinheiro chef no Buffet França, Girarrosto, KAA, Bistrot de Paris e como souschef do executivo e técnico chef Pascal Valero.




    Entre as criações do menu a “Fregola Brasiliana”, a tradicional massa da Sardenha, Itália, “enamorada” pelos ingredientes que prestam homenagem a migração nordestina: carne seca, jerimum, manteiga de garrafa e a brasileiríssima castanha de caju. Também o “Tiramilassù” sobremesa destaque, uma releitura do clássico Tiramissú, que – fazendo alusão ao nome do Restaurante – traz em sua receita original ingredientes com a intenção de energizar e trazer o comensal “para cima”.









     



    Corinthians - Clubs da cidade de São Paulo

     

    História

     Fundação (1910-1912)


    Em  1 de setembro de 1910,  um grupo de cinco operários  (Joaquim Ambrósio, Antônio Pereira, Rafael Perrone,  Anselmo Correa e Carlos Silva) do bairro paulistano  Bom Retiro,  sob a luz de um lampião, às oito e meia da noite, decidiram criar um novo time de futebol, além de mais oito pessoas que contribuíram com 20 mil  réis  e também foram considerados sócios-fundadores. A ideia surgiu depois de assistirem à atuação do Corintian  FC.  equipe  inglesa  de futebol fundada em  1882  que excursionava pelo Brasil.  Os ingleses eram chamados pela imprensa da época de "Corinthian's Team", mas o time brasileiro só seria batizado "Sport Club Corinthians Paulista" depois de muita discussão e algumas reuniões. O presidente escolhido por eles foi o alfaiate Miguel Battaglia, que já no primeiro momento afirmou, "O Corinthians vai ser o time do povo e o povo é quem vai fazer o time". Da primeira arrecadação de recursos à compra da primeira bola de futebol do clube pouco tempo se passou, na verdade, apenas uma semana. Um terreno alugado na  Rua José Paulino  foi aplainado e virou campo, e foi lá que, já no dia 14 de setembro, o primeiro treino foi realizado diante de uma plateia entusiasmada que garantiu: "Este veio para ficar". De partida em partida o time foi se tornando famoso, mas era ainda um time de várzea.



    segunda-feira, 24 de agosto de 2020

    São Paulo Futebol Club - Clubs da cidade de São Paulo

     


    história do São Paulo Futebol Clube  começou a se desenhar em  1900,  quando o  Club Atlético Paulistano foi fundado. O Paulistano logo se destacou, tornando-se a grande potência do futebol paulista e brasileiro  no início do  século XX. O Paulistano se recusava a aderir ao iminente profissionalismo do futebol, e alguns dissidentes juntaram-se à  Associação Atlética das Palmeiras,  que possuía o melhor estádio da época, mas estava com muitas dívidas, para fundar o São Paulo.

    A trajetória do São Paulo mostra como e por que o clube é o mais vitorioso do futebol brasileiro  com a maior quantidade de conquistas nos três principais torneios de futebol disputados por clubes brasileiros, o  Campeonato Brasileiro  (seis títulos), a  Coá Libertadores da América  (três títulos) e o Campeonato Mundial de Clubes (três títulos).













    quarta-feira, 12 de agosto de 2020

    Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos







    Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no  Largo do Paiçandu, n região  na região central da Cidade de  São Paulo,  foi construída gratuitamente por trabalhadores  negros  no início do século XX. Originalmente, era localizada na Praça Antônio Prado, onde  foi construída entre os anos de 1721 e 1722. Era um espaço de reunião de negros e escravos, que celebravam ritos católicos misturados com crenças de origem  banto.  Com o processo de urbanização iniciado pelo prefeito Antônio Prado, a antiga igreja foi demolida em 1903 e depois reconstruída onde se encontra atualmente. A nova igreja foi consagrada em  1906,  quando grande procissão, acompanhada por banda, trasladou as imagens do antigo templo.







    História

    A Irmandade dos homens pretos


    As irmandades de homens pretos surgiram na América colonial no período escravocrata como forma de socialização, resistência e cooperação entre escravos e os alforriados. A figura da Mãe de Deus, representada pelo rosário, destacou-se fortemente nos cultos dessas irmandades por dois motivos: uma catequização dos escravos, quanto à importância da Virgem Maria, que vinha sendo feita pelos portugueses desde as Costas africanas; e pela adoção comunitária de um único santo (denominado patrono), que embasaria o culto, tipicamente banto, em torno de um ancestral comum.

    A associação de irmandades, que no geral eram muito pobres e não contavam com posses territoriais, era muito comum, pois permitia que diferentes associações religiosas utilizassem o mesmo templo. Um exemplo é a Irmandade de Santa Ifigênia (uma princesa Núbia que foi catequizada), que, sendo a maior e de mais destaque entre as irmandades, ficou responsável por outras agremiações menores.A atual Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, por exemplo, é considerada uma capela dependente da  Igreja paroquial de Santa Ifigênia. 

    Um exemplo da mistura entre as divindades católicas e pagãs nos cultos dos homens pretos era a substituição de nomes de santos católicos por nomes da tradição negra. São Benedito era chamado de Lingongo; Santo Antônio de Vereque; e Nossa Senhora das Dores de Sinhá Samba. Esse sincretismo religioso era necessário quando as religiões de matriz africanas eram negligenciadas pelos homens brancos no Brasil (normalmente os donos de escravos, senhores de engenho).






    A primeira igreja

    A primeira Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foi fundada pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos no século XVIII. Sua história começou com uma petição da Irmandade, no ano de 1721, ao então rei de Portugal, Dom João V, pedindo permissão para construir um templo "que pudesse solenizar os mistérios do Rosário da Mãe de Deus". Apesar de não haver registros da resposta real, presume-se que ela tenha sido favorável, uma vez que nos anos subsequentes começou um processo de arrecadação de fundos para a construção da igreja. Nesse mesmo ano, enquanto não tinham os recursos necessários nem a permissão oficial da realeza, os escravos, proibidos de frequentar as igrejas dos brancos, construíram uma pequena capela nas proximidades do ribeirão do Anhangabaú. Na época, tratava-se de um subúrbio da cidade reconhecido pelas reuniões de escravos e de alforriados. Essa primeira igreja foi construída de  taipa e pilão  e tinha características predominantementes barrocas.

    O processo de arrecadação de dinheiro começou em 1725, quando o ermitão Domingo de Melo Tavares, devoto da Irmandade dos homens pretos, começou uma peregrinação pelo estado de Minas Gerais recebendo esmolas em nome da Irmandade. Nesse mesmo ano a Irmandade pediu um terreno para a Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) para que a igreja pudesse ser construída. O pedido foi visto com simpatia por D. Antônio de Guadelupe, bispo de São Paulo, que os ajudou a conseguir o terreno. No Livro do Tombo da Sé há uma referência ao fato: ele diz que a Virgem do Rosário foi "colocada pelos pobres escravos e pretos com toda a devoção na Capela que edificarão por graça do Ex. Snr. d. Antonio de Guadelupe". Como a irmandade era muito pobre, constituída pelos escravos e alforriados, quase todos os elementos que compunham a primeira igreja, como móveis, madeira, imagens de santos, tecido, toalhas e bordados para o altar, entre outros foram adquiridos através de doações.

    Foi esse terreno, no qual a primeira capela tinha sido construída, que foi doado pela Câmara de São Paulo para a Irmandade em 10 de julho de 1728. Somado aos 10 mil cruzados que o ermitão Tavares recolhera de doações em Minas Gerais, a posse legal do terreno permitia a construção de uma igreja canônica. As obras começaram nesse ano, e há registros de terem acabado apenas em 1737. A conclusão das obras foi comemorada com a celebração de uma missa seguida da festa de Congos (congada). As outras referências à igreja registradas são de épocas bem posteriores: há duas cartas registradas na Câmara em 1750 e, em 1783, ela figura em uma relação de templos paulistas feita por Manuel Cardoso de Abreu. Em 5 de novembro de 1745, o ermitão que arrecadou os fundos para ereção da igreja foi nomeado Administrador Perpétuo das Obras da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

    O antigo templo ficava na atual rua 15 de Novembro, região central da cidade de São Paulo, na esquina com a atual Praça Antônio Prado. Sua fachada ficava na rua 15 de Novembro, e era formada por quatro janelas, uma torre do lado esquerdo, que possuía uma janela baixa, e duas portas. Sua outra face, voltada para o Largo do Rosário, possuía uma porta de entrada para a sacristia e uma janela acima desta. A capela-mor possuía seis tribunas e um altar com painel da N. S. do Rosário, ao lado de S. Roque e S. Antônio. O corpo da igreja possuía quatro tribunas, dois púlpitos e dois altares, sendo um para Bom Jesus da Prisão, Santa Ifigênia e Santo Elesbão e outro para o Sagrado Coração de Jesus. A capela do Bom Jesus da Pedra Fria ficava à esquerda da igreja, sendo o outro lado tomado pela sacristia e um altar de Nossa Senhora das Dores.

    A criação de uma igreja apenas para os negros evidencia dois traços importantes da época: o número crescente de escravos que eram trazidos para São Paulo; e a capacidade de associação e cooperação entre si. Nas palavras da pesquisadora Fernandes, a criação dessa igreja “constitui-se como entidade de união e auxílio mútuo de forros e escravos da cidade, atuando ainda como promotora de alforrias e participando das atividades abolicionistas”.